O fanboy de palestra
Recentemente, o Google Reader me brindou com um artigo da Piauí do ano passado, falando sobre o louco de palestra. Tenho certeza que todo mundo já cruzou com um, se é que não teve o infortúnio de ser colega de um na faculdade (eu fui de vários).
Pois o texto me fez pensar, também, em outro ser que parece bastante comum nesse tipo de evento: o fanboy de palestra. É aquele que está sempre com um smartphone ou tablet ligado, atualizando loucamente seu Twitter ou Facebook com todas as frases de efeito ditas pelo palestrante, querendo mostrar o quanto ele sairá de lá cheio de insights para aplicar em seu trabalho e sua vida. E nisso, ele esquece de realmente pensar no que foi dito.
Querem um exemplo? Muitos já devem ter visto a notícia de que as encomendas do iPhone 4S passaram de 1 milhão em 24 horas, um novo recorde para a Apple. E talvez tenham visto, também, alguém usando isso para perguntar “e agora, como fica aquela história de que o anúncio do novo iPhone foi uma decepção?”. Na minha experiência, são os mesmos que passaram dias a fio compartilhando frases e links para palestras do Steve Jobs, depois da morte do mesmo.
Tivessem prestado atenção àquilo que estavam publicando, teriam se dado conta que o sucesso de vendas do novo iPhone não quer dizer absolutamente nada. Que é exatamente em surpreender e inovar que a Apple é baseada, não em upgrades de produtos que já existem, em velocidade e bits e gigahertz. E que, assim, a decepção com o anúncio do iPhone 4S não quer dizer que o produto não seja bom ou possa ser um sucesso de vendas.
Então, da próxima vez que você for colocar uma frase do Seth Godin ou de alguém que viu palestrar num TEDx numa apresentação para cliente, ou num post de blog, pense bem se você aplica aquilo no seu dia a dia. Ou se você é só um fanboy de palestra.