Na esteira do sucesso de seu primeiro ano, Sessão Vitrine Petrobrás anuncia os lançamentos de 2018
“Era Uma Vez Brasília” e “Tinta Bruta” estão entre os filmes previstos para serem lançados pelo projeto, que busca ampliar o acesso do público ao cinema brasileiro contemporâneo
Desde sua fundação em 2010, a Vitrine Filmes tenta aumentar a disseminação do cinema brasileiro no disputado circuito comercial de salas e exibidoras. Foi desta vontade que em 2011 surgiu a ideia da Sessão Vitrine, projeto coletivo que buscava expandir o alcance de público da produção independente do país a novas regiões do território. Entre os filmes lançados sob a iniciativa estavam os primeiros longa-metragens de cineastas hoje celebrados no meio como Kléber Mendonça Filho e Gabriel Mascaro, que depois fariam sucesso no mercado respectivamente com as obras “Aquarius” e “Boi Néon”.
Foi só no ano passado, porém, que o projeto de fato decolou com o auxílio da Petrobrás. A agora renomeada Sessão Vitrine Petrobrás em 2017 aumentou o circuito de exibição e as condições para aumentar o acesso do público a trabalhos pequenos e mais experimentais do cinema brasileiro, expandindo para o número de 24 a quantidade de cidades participantes e passando a sediar múltiplas pré-estreias e sessões com debate dos filmes integrantes. O grande diferencial foi o preço do ingresso, que nas exibições dos filmes patrocinados pelo projeto passaram a ter o valor máximo de doze reais.
O programa deu muito certo, e em um cenário onde filmes brasileiros pequenos sofrem para conseguir chegar à marca de 3.000 espectadores a Vitrine e a Petrobrás conseguiram obter uma média de público de 6.000 pagantes por produção.
É neste clima feliz e de bons resultados que as duas empresas sediaram hoje em São Paulo uma coletiva de imprensa para anunciar os seus lançamentos de 2018, visando acima de tudo passar a certeza de que o Sessão Vitrine Petrobrás está dando certo mesmo em meio a um momento político e econômico difícil do país. O evento reuniu a criadora (e dona da distribuidora) Silvia Cruz e a curadora Talita Arruda com representantes da Petrobrás e os cineastas responsáveis pelas próximas produções previstas no calendário do projeto.
Mas quais são estes filmes? Além de confirmar que o programa deixará de ter uma agenda quinzenal para ser mensal (afim de concentrar esforços e potencializar os números), Cruz e Arruda confirmaram hoje que os longas a serem lançados pela Sessão Vitrine Petrobrás em 2018 são “Severina”, de Felipe Hirsch e a ser lançado esta semana; “Todos os Paulos do Mundo”, documentário sobre o ator Paulo José que será exibido em maio; “Baronesa”, sensação do Festival de Tiradentes do ano passado que passa em junho; “Era Uma Vez Brasília”, esperado novo longa de Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica”) que estreia em julho; “Unicórnio”, ficção de Eduardo Nunes que passa em agosto; “Camocim”, produção de Quentim Delaroche que chega em setembro; e “Tinta Bruta”, obra premiada no Festival de Berlim que estreia em novembro nos cinemas brasileiros.
Todas estas sete produções tiveram a distribuição assegurada pela Vitrine e a Petrobrás, que já estão conversando com os cineastas sobre as melhores maneiras de aumentar a divulgação de seus trabalhos na mídia e nas redes sociais. A ideia é potencializar o público dos filmes através de ações criativas, uma estratégia utilizada ao longo do ano passado pelas empresas e que gerou ótimos resultados. Grandes exemplos são o “Divinas Divas” de Leandra Leal, por exemplo, que foi lançado no mês que sedia a celebradíssima Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, e “As Duas Irenes” de Fabio Meira, que contou com ações em canais adolescentes em diferentes mídias para chegar ao seu público-alvo. No caso do primeiro, a iniciativa deu muito certo: o documentário de Leal sobre a primeira geração de artistas travestis no Brasil alcançou a marca impressionante de 38.000 espectadores em sua passagem pelas salas do circuito exibidor.
Do lado dos cineastas convidados, o projeto só recebeu elogios. “Nunca imaginei que meu filme fosse estrear em 24 cidades, é um prazer fazer parte do projeto” disse Juliana Antunes, cujo “Baronesa” partiu como trabalho do fim de faculdade para ganhar todas as atenções em Tiradentes e que agora deve passar por um grande circuito de sessões com debate para ajudar na divulgação. Já para Marcio Reolon, um dos responsáveis por “Tinta Bruta”, é “um privilégio ter nosso filme participando sob essa curadoria, sabendo que ele está sendo bem cuidado e bem pensado”. De acordo com Silvia Cruz, a divulgação do longa vencedor dos prêmios de melhor filme pela CICAE (Confederação Internacional de Cinema de Arte e Ensaio) e do Teddy (destinado a produções de temática LGBT) em Berlim deve passar muito pela área musical, com a rica trilha sonora sendo divulgada algumas semanas antes no Spotify.
Para a Petrobrás, a Sessão Vitrine Petrobrás é uma forma de contemplar a ampla diversidade do cinema brasileiro contemporâneo. Representando a empresa no evento, a integrante da gerência de atendimento regional em São Paulo Carolina Cruz afirmou que por essa ação a marca reconhece “uma forma concreta de contribuir com a democratização do acesso do público às obras, possibilitando que as plateias descubram novos realizadores e permitindo que o público amplie seu interesse pelo cinema brasileiro”.
A Vitrine Filmes também divulgou a nova vinheta da Sessão Vitrine Petrobrás, que será exibida antes do início das exibições dos filmes participantes deste ano. Confira abaixo.