Só muda o endereço
Ontem eu estava no NBC2009 com o time do Brainstorm#9, participei do debate com os caras da Goodby, Silverstein & Partners e na volta para casa, conversando com o Zannin e o Merigo, lembramos da proporção de jobs que não são glamurosos, que não ganham prêmios mas que pagam o salário no fim do mês. São os jobs do dia a dia mesmo. Aquele banner, aquela ação tradicional.
Se pensarmos que isso também envolve o relacionamento com clientes e pedidos de todos os tipos a coisa começa a ficar mais complicada.
Ontem alguém também falou, com toda razão propriedade, que cliente é tudo igual. Você vê essas marcas que todo mundo fala que são inovadoras, corajosas e tudo mais mas, na real, no dia a dia acabam sendo igual à outras marcas que, teoricamente, não tem esse perfil de inovador.
Acho que tudo depende muito dos processos internos de aprovação de cada marca, de quem é o seu ponto focal no cliente e por aí vai. Será que dá para generalizar e falar que quanto maior a marca, maior a dor de cabeça nos momentos de aprovação? Não sei. Mas sei que existem clientes e clientes.
Há alguns anos eu conheci um site, que infelizmente não é mais atualizado, chamado Adverbatims em que algumas pérolas que ouvimos de clientes, fornecedores e pares são enviadas para o site.
Ás vezes achamos que as coisas que acontecem conosco no Brasil são porque nosso mercado não é maduro o suficiente. E isso não é verdade. O lance é: vemos os cases de agências de fora ganhando mil prêmios e esquecemos que eles também devem lidar com clientes difíceis. Listei algumas das pérolas do site:
“Não sei bem o que o cliente quer então vamos tentar e fazer algo que o cliente vai comprar”
“Gostei dos takes 1 e 3” – cliente após ouvir o mesmo anúncio de rádio 4 vezes.
“Como eu posso colocar um link no meu desktop se eu tenho um laptop?”
“Eles estão no Canadá…será que eles conseguem ler um arquivo EPS?”
E uma das melhores na minha opinião:
“Me manda esse PDF em VHS?”
É, realmente, só muda o endereço.