Boa Noite e Boa Sorte ****
Por se tratar de um assunto completamente americano, a impressão inicial ao se assistir “Boa Noite e Boa Sorte” é de total alienação. Pelo menos a minha.
Mas isso deixa de ser problema quando percebemos que a história de Edward R. Morrow e sua rixa com o senador Joseph McCarthy é uma apenas um intermediário para falar de algo muito maior. Mas digo isso não apenas pela defesa da liberdade de imprensa e política, e sim pelo paralelo que traça com os dias atuais e a crítica ao papel da televisão na sociedade.
O discurso final de Morrow sobre a televisão, que não deve ser apenas uma caixa de luz e fios para emburrecer e desviar a atenção das pessoas, é pra fazer sair do cinema vibrando. Outro ponto, é que se trocarmos a expressão “McCarthy” por “Bush”, teremos um filme que se passa em 2006.
Mas “Boa Noite e Boa Sorte” não é um filme fácil, tanto pela opção estética quanto pelo roteiro. Não existe aquele didatismo freqüente de Hollywood, e os diálogos são rápidos e ácidos. Mérito de George Clooney, que faz filmes pipoca para bancar seus filmes e que se mostra um promissor diretor.
É só uma pena que produções com mensagens tão importantes quanto esta geralmente passem desapercebidas do grande público. Pois da mesma maneira que Morrow fala em determinado momento, você sai lá fora e continuam todos levando suas vidinhas preocupados apenas com banalidades.
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