SXSW 2014: Inovação em escala, a tecnologia a favor de causas sociais
Como a internet pode ser útil durante desastres naturais e movimentos da sociedade
No palco: Anushka Ratnayake (myAgro), Meighan Stone (World Food Program USA), Meryl Stone (Google Crisis Response), Rose Beaumont (Mastercard)
Se pararmos para pensar que a internet é um dos meios mais estáveis durante um desastre natural, nada mais interessante do que ampliar a sua atuação. É isso que Meryl Stone propõe no departamento de respostas a crises do Google, um grupo de pessoas voltado ao dilema “como a internet consegue ser útil em momentos desesperadores como desastres naturais”.
Eles desenvolveram alguns subprodutos que valem a visita, como o Crisis Response (para ajudar as pessoas a encontrarem as informações oficiais do desastre) o Person Finder (para encontrar pessoas desaparecidas), o Public Alerts (para programar alertas relacionados a catástrofes) e o Crisis Map (para enxergar o mapa e o tamanho da crise).
Além desse tipo de uso de informação como facilitador, foram dados outros exemplos de uso de tecnologia para movimentos sociais. Um deles é o programa que a Mastercard implementou para refugiados no Líbano. Eles ofereceram a transação das doações aos refugiados em forma de um cartão pré pago. Esse cartão só poderia ser utilizado em lojas de comida, o que garantia de certa maneira que aquele dinheiro fosse realmente utilizado para alimentar uma família.
A terceira iniciativa citada foi a myAgro. Para melhorar o sistema agrícola de povoados com rendas muito baixas, eles ofereceram uma doação de dinheiro que deveria ser resgatada via SMS, exatamente do jeito que eles faziam para colocar crédito no celular, uma vez que havia uma preocupação séria em evitar fricções tecnológicas. A adoção foi bem sucedida e a instituição conseguiu reconhecer padrões de comportamento nos plantadores a partir do uso do celular e implementar melhorias no sistema e no rendimento dessas famílias.
Dica que aprendi: diferencie assistencialismo de interdependência. O primeiro pressupõe um caminho de uma via (um dá e o outro recebe), enquanto o segundo estabelece uma relação de troca equalitária (os dois dão e os dois recebem)
Pergunta que não quer calar: como essas ações são mensuradas e rentabilizadas do ponto de vista da empresa?
[Ilustração: Fernando Weno]