Turquia tenta bloquear o uso do Twitter, mas usuários desviam da censura
O próprio Twitter ofereceu aos turcos a possibilidade de tuitar usando SMS
John Gilmore, um dos fundadores da EFF, já dizia que a rede mundial de computadores interpreta censura como ‘defeito técnico’, e simplesmente desvia e encontra outra rota.
É exatamente isso que acontece hoje na Turquia. O país, que se prepara para eleições em breve, está tendo que lidar com o desespero ditatorial do primeiro ministro Recep Tayyip Erdoğan, que depois de alegar que “não permitirá que a sua nação fique à mercê do Facebook e do YouTube” (!), agora deu para censurar o Twitter.
Diante disso, a própria rede social ofereceu uma alternativa aos tuiteiros turcos: divulgou números que oferecem a possibilidade de postar tuítes via SMS.
Turkish users: you can send Tweets using SMS. Avea and Vodafone text START to 2444. Turkcell text START to 2555.
— Policy (@policy) March 20, 2014
A rede mundial de computadores interpreta censura como ‘defeito técnico’, e simplesmente desvia e encontra outra rota.
Com isso, o suposto impedimento tanto não deu certo, quanto também chamou ainda mais atenção para a situação política turca. Hashtags como #twitterisblockedinturkey, #turkeyblockedtwitter e #DictatorErdoğan se tornaram trending topics globais poucas horas depois do anuncio em que primeiro ministro avisava sobre a censura à comunicações em 140 caracteres.
Well that’s backfiring. The whole world is watching, Turkey. #TwitterisblockedinTurkey pic.twitter.com/mexOESV7Qd
— Occupy Wall Street (@OccupyWallStNYC) March 21, 2014
Além da opção de tuitar vis SMS, os usuários também tem se utilizado de serviços de DNS alternativos, divulgados em redes ainda não bloqueadas, como o Instagram.
Mais de 2,5 milhões de tuitadas turcas foram contabilizadas nas últimas horas, fazendo do bloqueio uma grande piada.
Since the block on #Twitter, almost 2,5 million Turkish tweets have been posted. That’s ~17000 tweets a min. via @zetegazete
— Selin Girit (@selingirit) March 21, 2014
Quando será que os ditadores vão aprender?