Novo experimento do Facebook vai reduzir alcance de publicações sobre política
Usuários do Brasil, Canadá e Indonésia verão uma redução na quantidade de posts do tipo em seus feeds de notícias
[Nota atualizada de forma a corrigir o valor percentual, que foi interpretado de maneira errônea. Pedimos desculpas pelo equívoco.]
O Facebook nesta quarta (10) anunciou que a partir desta semana vai começar a “reduzir temporariamente” um pequeno percentual do alcance de posts do tipo no feed de notícias em grupos de usuários no Brasil, Canadá e Indonésia, com uma expansão do teste prevista para os EUA daqui algumas semanas.
A ideia inicial é que o experimento dure alguns meses e atenda uma questão levantada na última reunião da empresa com os acionistas, de que os usuários da plataforma não querem que publicações do tipo dominem seus respectivos feeds. No anúncio da medida, o diretor de gerência de produto Aastha Gupta escreve que o Facebook busca encontrar “um novo equilíbrio do tipo de conteúdo que o público quer ver”, garantindo que informações veiculadas sobre a pandemia por entidades como a OMS (além de comunicados de agências governamentais) estão isentos dos ajustes.
“Durante estes testes iniciais nós vamos explorar a variedade de maneiras de se ranquear conteúdo político nos feeds do público a partir de diferentes sinais, e a partir daí decidir as abordagens que vamos usar mais pra frente” escreve Gupta no blog oficial do Facebook, no qual ainda comenta que a eficácia será determinada com questionários. “Nossa meta é preservar a habilidade das pessoas em encontrar e interagir com conteúdos políticos no Facebook, enquanto respeitando o apetite de cada usuário sobre o que aparece no topo de seu feed de notícias” comenta ainda o executivo.
A redução percentual é mínima, mas faz sentido considerado o histórico trágico do Facebook com o tema e suas sucessivas tentativas recentes de se desvencilhar do problema. Além do CEO Mark Zuckerberg ter comentado na última reunião com acionistas que queria “desencorajar conversas e comunidades polarizadas”, a plataforma em outubro começou a interromper a recomendação de grupos políticos e cívicos nos EUA por conta das eleições presidenciais, tornando a decisão permanente no fim do ano. Isso sem contar o caso de Donald Trump, claro.