“The Art of McCartney” reverencia a contribuição de um beatle à música
Tributo reúne mais de 30 grandes artistas e bandas para cantar sucessos de Macca
Estamos em 2014. Os Beatles anunciaram sua separação há 44 anos. Lá se vai quase meio século desde o auge da beatlemania. E ainda assim, milhares de fãs – entre os quais eu me incluo – acordaram de madrugada nas últimas semanas só para disputar, fosse online ou pessoalmente, os ingressos para assistir aos shows de Paul McCartney no Brasil. Mais além foram alguns dos principais nomes da música das últimas décadas, que decidiram reverenciar o chamado “the cute beatle” na coletânea The Art of McCartney.
Aos 72 anos, Paul McCartney segue produzindo muita coisa nova – e boa -, diferentemente de muitos artistas de sua geração ou até mesmo mais novos do que ele.
O disco, que será lançado oficialmente na próxima semana em diversos formatos, é um daqueles tributos de causar inveja em qualquer mero mortal. Mas Macca não é um mero mortal, como alguns podem insistir em acreditar. Macca fez parte de uma das maiores bandas que já existiu, era o McCartney da dupla Lennon-McCartney, revolucionou a música em tantos níveis que é impossível mensurar. E até derrotou a morte... ou pelo menos um boato a respeito.
Aos 72 anos, Paul McCartney segue produzindo muita coisa nova – e boa -, diferentemente de muitos artistas de sua geração ou até mesmo mais novos do que ele. E apesar de não precisar da grana – sir Paul é um dos caras mais ricos do Reino Unido -, continua rodando o mundo com suas turnês. Por quê? Porque ele pode e quer. Porque isso é o que faz esse cara feliz. E é o que faz milhões de fãs felizes, também, especialmente aqueles mais novos, que só agora estão descobrindo sua obra e felizmente ainda terão a chance de vê-lo no palco.
E tem também sua obra, seja nos Beatles, com o Wings ou em sua carreira solo. Todas as fases devidamente cobertas em The Art of McCartney, que conta com a participação de Billy Joel, Bob Dylan, Heart, Steve Miller, Yusuf Islam (que já foi conhecido como Cat Stevens), Harry Connick Jr, Brian Wilson, Corinne Bailey Rae, Willie Nelson, Jeff Lynne, Barry Gibb, Jamie Cullum, Paul Stanley & Gene Simmons, Paul Rodgers, Roger Daltrey, Def Leppard, The Cure + James McCartney, Chrissie Hynde, Robin Zander & Rick Nielsen, Joe Elliott, Owl City, Perry Farrell, Dion, Allen Toussaint, Dr John, Smokey Robinson, The Airborne Toxic Event, Alice Cooper, Toots Hibbert & Sly & Robbie, BB King e Sammy Hagar. Na edição de luxo, as faixas extras trazem, ainda, Booker T Jones, Ronnie Spector, Darlene Love, Ian McCulloch, Peter, Bjorn & John e Wanda Jackson.
Já pode começar a chorar? Não, só depois de dar o play acima, no stream completo do disco que foi disponibilizado no YouTube.
Se a gente passa os olhos por esta lista de nomes, descobre uma parte importante da nata do rock – e de outros estilos – reunida aí. Mas e aí, eles deram conta do recado? Depende de como você ouve. É claro que, para quem é fã(nático), nada se compara ao original. Agora, se a gente consegue deixar os julgamentos de lado, é um tributo bacana, que muito provavelmente deve ter emocionado todos os envolvidos.
No site do projeto, é possível conhecer um pouco da história e da proposta por trás de The Art of McCartney, inclusive como foi o trabalho realizado pelo produtor Ralph Sall. Uma história que começou lá atrás, em Liverpool, quando o jovem James Paul McCartney começou a se interessar por música ainda moleque, na 20 Forthlin Road.
Aliás, se você é beatlemaníaco e planeja uma peregrinação à terra santa (Liverpool, é claro), vale muito investir no passeio oferecido pelo National Trust, que leva grupos pequenos às casas onde John e Paul foram criados. Visitar a 20 Forthlin Road é bacana, mas não chega aos pés de conhecer Mendips. Eu recomendo essa experiência, porque é única.
Chega do papo e aumente o som.