Sweatshop mostra dureza do trabalho de cambojanos que costuram para marcas fashion
Série levou noruegueses para conhecer a dura rotina de quem costura o que você veste
Uma coisa é ouvir as notícias sobre as péssimas condições de trabalho em fábricas têxteis em países subdesenvolvidos. Outra completamente diferente é vivenciar a realidade desses trabalhadores, e compreender que eles são tão ‘não-merecedores’ daquela situação como qualquer um.
É isso que é possível perceber na série Sweatshop, onde três noruegueses vão passar um mês no Camboja, conhecendo a realidade dos trabalhadores locais. A série mostra o impacto que os três sentem ao se embrenhar naquela rotina sofrida, de gente que se esforça para sobreviver e acaba sendo explorado.
São choques de realidade como a visita a um mercado local, onde as roupas vendidas ali pareciam usadas, ou de perceber que as pessoas por lá não estão ‘acostumadas’ com aquela rotina desconfortável e triste – elas apenas não têm outra oportunidade. Além disso, viver com o que se ganha nesse tipo de trabalho se mostrou incrivelmente difícil, quase não pagando pequenos gastos que o trio teve na cidade.
Cada episódio tem por volta de 10 minutos, todo em norueguês e com legendas em inglês.
O G1 conversou com o diretor Joakim Kleven, de apenas 22 anos, responsável pela série, que explicou que o seu desejo era mostrar de onde vinham as roupas que os noruegueses estavam usando.
“Os jovens gastam uma quantidade enorme de dinheiro em roupa, mas não tem ideia de onde elas realmente são produzidas”, contou ele.
O seriado não é novo – estreou em meados do ano passado – mas o seu impacto pode ser sentido até agora. A Noruega está pautando o tema da indústria têxtil asiática para ser discutido em seu Parlamento, e Anniken, a blogueira de moda que participou do seriado, mudou sua maneira de ver o mundo da moda.
Tenho até medo de me tornar uma mulher amarga
“Eu mudei. Não tenho apenas uma nova visão sobre roupas, mas sobre muitas outras coisas. Tenho até um pouco de medo de me tornar uma mulher amarga. Escrevo sobre isso no meu blog, que virou mais um blog sobre estilo de vida depois que eu voltei”, relata ela sobre o impacto da experiência no Camboja.
Abaixo seguem listados os 5 episódios do seriado. Vale assistir e repensar os próprios posicionamentos diante da indústria da moda. Eu costumo ser durona, mas ficou difícil não ficar consternada com uma situação tão precária. Tirem um tempo e assistam os cinco episódios. Sejam impactados pela experiência dos noruegueses. Repensem: o quanto vale explorar o trabalho do outro para ficar mais confortável e bem vestido?