SxSW 2015: Em busca da imortalidade
Duas incríveis histórias de superação através da inovação
Vi duas palestras incríveis hoje – a primeira do Hugh Herr, um biocientista do MIT Lab. A história de Hugh é daquelas dignas de filme: um jovem promissor que adorava escalar montanhas fica preso numa avalanche e tem suas duas pernas amputadas por ter passado 2 dias a -20 graus Celsius.
Os médicos são categóricos: ele nunca mais escalará.
E aí, o que ele faz? Chora? Fica deprimido? Não. Ele vira um biocientista, e produz, entre outras coisas, uma nova geração de próteses incríveis – que o permitem escalar (e ainda faz uns pares especiais, pra ganhar dos “humanos normais”).
A segunda história incrível é de Martine Rothblatt (que nasceu Martin). Filho de imigrantes judeus, de infância modesta, estudou direito por um ano. Não gostou e foi mochilar pela Europa e África. Passou muito perrengue. E vocês acham que ele chorou? Deprimiu? Nah. Conheceu sua primeira mulher, teve um filho e uma epifania, e voltou pra Califórnia pra estudar.
Anos depois, casado pela segunda vez, teve mais filhos, fundou a Sirius Sattelite Company, ficou milionário e… mudou de sexo. Martine é hoje a CEO mais bem paga (entre as mulheres) dos EUA.
Logo depois, a filha dela foi diagnosticada com uma doença grave de pulmão. Ela não pensou duas vezes – fundou uma empresa de biotecnologia e foi atrás do remédio (e como a mulher é um gênio, a filha hoje toma os remédios que ela desenvolveu e trabalha na empresa da mãe).
Muito bem: além da óbvia moral da história do “chega de mimimi” (que eu também ouvi do @garyvee aqui), as duas palestras arrancaram a gente do chão porque nos apresentaram conceitos absolutamente novos:
1. Herr disse que o nosso conceito de identidade vai mudar – porque não estaremos mais limitados ao nosso corpo físico. Daqui a alguns anos, você vai ter meia dúzia de portas USB no corpo e poderá se aumentar e modificar da forma que achar melhor.
2. Martine concorda. Diz que seremos imortais se assim quisermos e que nossa identidade transcenderá o nosso corpo graças aos mind-clones – espelhos dos humanos no mundo virtual que captarão nossa personalidade, maneirismos, hábitos, sentimentos, atitudes e opiniões. Ela fez um deles para a mulher – o Bina48.
O melhor é que segundo os dois, este tempo não demora pra chegar. Quando a gente vir, já foi. Se isso for verdade, já pararam pra pensar nos impactos – éticos, religiosos (Martine fundou uma religião, aliás!), psicológicos?
Minha cabeça (e de todo o meu feed do Twitter) deu nó de tanta curiosidade. Aliás, falando em nó mental, ela diz que a cyber-psicologia é uma profissão de futuro… ;-)