Jemima Kirke conta sua experiência para defender os direitos reprodutivos da mulher
Precisamos falar sobre aborto
Falar sobre o aborto não é fácil. Fazer um, imagino que seja ainda pior. A simples palavra aborto já conta com uma carga negativa tão grande, que tem gente que a considera palavrão e se nega a dize-la. A real é que todos nós precisamos falar não sobre o aborto, mas sobre os direitos reprodutivos da mulher, o que inclui ter o poder de decisão sobre o seu corpo.
As pessoas que são contra geralmente fundamentam seus argumentos em crenças religiosas – apesar de, pelo menos teoricamente, vivermos em um estado laico. Já ouvi gente dizendo que, se o aborto fosse legalizado no Brasil e pudesse ser feito no SUS, que a mulherada começaria a abortar, em vez de usar métodos contraceptivos.
Essa é uma visão muito simplista, cá entre nós. A minha visão também pode ser considerada simplista, mas do meu ponto de vista, a grande diferença de termos os direitos reprodutivos da mulher assegurados seria que aquelas que têm de tomar essa difícil decisão estariam amparadas por médicos e psicólogos, em vez de serem obrigadas a agir como criminosas indo a clínicas clandestinas.
Em alguns países, as mulheres conquistaram o direito de decidir interromper ou não uma gravidez. Isso não quer dizer que todos estejam de acordo, que elas estejam livres do estigma e da vergonha ou que tenham algum tipo de suporte para isso.
É aí que entra este importante depoimento de Jemima Kirke, a Jessa de “Girls”. Hoje casada e mãe , ela conta neste vídeo feito para o Center for Reproductive Rights sua experiência com o aborto, feito em 2007. Ao longo de 3 minutos, ela narra como tomou a decisão, os obstáculos enfrentados e o que ela espera do futuro.
O vídeo é em inglês e infelizmente não tem legendas. Ainda assim, ele vale a pena ser visto e revisto.