Coreia do Sul quer mudar regras de anúncios de bebidas alcoólicas estrelados por artistas do K-pop
Atualmente, não há restrições à publicidade de álcool na Coreia do Sul, o que contribuiu para o grande uso de estrelas do K-pop em muitas propagandas
A Coreia do Sul está considerando a proibição de celebridades do K-pop em anúncios de bebidas alcoólicas. A medida vem para tentar reduzir o consumo de álcool entre os jovens, que tem aumentado consideravelmente no país nos últimos anos.
Atualmente, não há restrições à publicidade de álcool na Coreia do Sul, o que contribuiu para o grande uso de estrelas do K-pop em muitas propagandas de bebidas. Com isso, o país registrou um aumento do consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade. Entre as mulheres, esse aumento foi de 41,5% em 2007 para 50,5% em 2017. Já entre os homens, o registro é de 73,5% para 74% no mesmo período.
Para os especialistas, esse aumento está diretamente ligado às celebridades que aparecem nas propagandas, principalmente entre as mulheres. Em 2014, IU, cantora considerada “a princesa do K-pop”, se tornou garota-propaganda da Chamisul Soju (bebida feita de arroz), com apenas 21 anos, enquanto a atriz e apresentadora de TV Lee Hyori era o rosto da Chumchurum, da Lotte Liquor.
Agora, o governo da Coreia do Sul tenta combater isso. Os legisladores do país cogitaram reviver uma emenda à Lei Nacional de Promoção da Saúde, proposta pela primeira vez em 2012, que proibiria celebridades com menos de 24 anos de aparecer em anúncios de álcool. Mas a tentativa, por enquanto, falhou.
Os esforços do governo são dificultados porque o mesmo já gasta muito dinheiro com a prevenção do fumo no país. Só em 2019 foram gastos US$ 116,6 milhões em campanhas anti-tabagismo, mais de 10 vezes mais que o valor destinado às campanhas anti-álcool.
Como a tentativa de resgatar a emenda falhou, o governo sul-coreano procura outra forma de proibir as jovens celebridades nas campanhas de bebidas. Enquanto isso não acontece, as estrelas sul-coreanas chegam a ganhar até US$ 16,8 milhões por ano para aparecer em campanhas publicitárias das marcas de álcool que as contratam.