Superman: O Retorno ****
É lógico que ver Superman no século 21, com tudo o que a tecnologia dos efeitos digitais pode oferecer, é algo que muita gente esperou por muito tempo. É claro que ver Superman em cenas como a do avião em queda livre e um estádio de beisebol é de fazer levantar na sala de cinema e aplaudir. E sem esquecer que, finalmente, Superman voa de verdade.
Mas a maior qualidade de “Superman: O Retorno” é a homenagem que presta ao filme original, de 1978. Está tudo lá: diálogos memoráveis, piadas, planos de câmera, créditos iniciais, trilha sonora, o aspecto da Fortaleza da Solidão, a maneira como ele salva Louis Lane pela primeira vez e, claro, Marlon Brando e seu Jor-El dizendo: “I have sent them you, my only son…”
Assim como fez com X-Men, o diretor Bryan Singer prova seu respeito e fidelidade com super-heróis, entregando justamente aquilo que os fãs esperariam, e melhor, os deixando em estado de êxtase ao reverenciar o legado deixado por Christopher Reeve e Richard Donner. Singer nos faz crer em um mundo onde Superman III e IV nunca existiram.
Pra quem tinha medo de Brandon Routh, o cara provou ser ideal para o papel do Homem de Aço. Não só fisicamente, mas porque consegue demonstrar a complexidade emocional do herói. Claro que não tem o carisma que Reeve empregava a Clark Kent, mas mostrou que todo aquele drama feito pelos fãs após as imagens iniciais não se justificava.
Mas sempre existe um porém. Bryan Singer também tem sua kriptonita, já que “Superman: O Retorno” perde o ritmo em diversos momentos, algo que nunca acontecia com seus X-Men’s. E sem contar alguns furos de roteiro se formos considerar nos mínimos detalhes todos os fatos apresentados nos dois primeiros filmes da série (que são o ponto de partida para o filme de Singer).
Agora, ir ao cinema e ver Superman voando ao som da clássica trilha de John Williams (um dos temas mais memoráveis da história da sétima arte), é uma sensação inenarrável, que aguardava desde que assistia aqueles efeitos toscos na Sessão da Tarde quando criança.
Sensação essa que espero repetir em 2009, quando o Homem de Aço estrear na tela grande mais uma vez e, ainda bem, pelas mãos de Bryan Singer.