Se lá fora a Playboy se movimentou para salvar a publicação e matou a nudez, já que não vale competir com Tumblr, RedTube, PornHub e XVideos, aqui ficaremos sem a publicação a partir de dezembro de 2015, quando sairá a sua última edição.
A decisão foi comunicada hoje pela Editora Abril e faz parte da redução do portifólio da empresa. Assim como a Playboy, saem de circulação outras duas publicações internacionais licenciadas: a Men’s Health e a Women’s Health.
É realmente o fim de uma era. A Playboy foi a grande responsável por tirar a roupa de grandes atrizes da Globo, sempre muito bem quistas pelo público, e de tantas outras modelos, esportistas, personagens da política e, mais recentemente, toda a sorte de participante de reality show. Não apenas isso: manteve por muito tempo o hábito de entrevistar gente relevante, boas colunas, cartunistas. Virou sinônimo de um estilo de vida (né, preibói?). Mas foi diminuindo, ano após ano.
Quando acaba uma era, não adianta apontar um só culpado. Tem a Internet matando revistas, mas a Trip ainda existe e é ótima. Tem o fato do Big Brother Brasil já não despertar mais o mesmo interesse de quase 20 anos atrás, mas os reality shows foram se diversificando e ainda são sucesso. Tem uma pauta mais feminista na agenda, mas as mulheres ainda são objeto de desejo dos homens. Tem, por fim, o termo Playboy virar algo pejorativo mesmo em um mundo que celebra o funk ostentação e o sertanejo-tirando-onda-de-Camaro-amarelo. Talvez a Playboy, entre resistir às novidades ou se jogar de vez no que estava mais quente, acabou fazendo um pouco dos dois e aí se perdeu. Mas isso é mera suposição.
Vale a reflexão, de qualquer maneira. UPDATE: Mesmo que a publicação continue, agora nas mãos de uma outra editora.