SxSW 2016: Não basta anunciar para mulheres, é preciso contratar mulheres
Painel com brasileiras discutiu como o cyberfeminismo redefine o futuro do marketing
A diversidade é um dos grandes nortes do SxSW este ano, com diversos painéis dedicados a inclusão de gênero e raça no mercado de trabalho e representação na mídia.
Aliás, nem precisava ser um painel dedicado. Vi a pergunta surgir em debates aleatórios, algumas vezes através da própria audiência. Bastava ter um CEO com um microfone na mão que logo surgia a pergunta do que estavam fazendo para ter uma força de trabalho equilibrada.
Esse foi o ponto sensível de “How Cyberfeminism Shapes the Future of Marketing”, apresentado pelas brasileiras Juliana de Faria, do Think Olga, Nana Lima, do Think Eva, e Nayara Ruiz, Coordenadora de PR Digital do Bradesco, além da americana Lisen Stromberg, do 3% Movement.
Ela começaram mostrando alguns estudos de caso, a partir de manifestações espontâneas baseadas em hashtags, como #WhyIStayed e #PrimeiroAssedio, bem como a polêmica da Skol no carnaval retrasado.
Apenas 3% dos cargos de liderança criativa são ocupados por mulheres
Com isso, debateram como tal conscientização impacta a comunicação das marcas, que além do cuidado (que pode ser chamado de bom senso) na hora de criar, também podem se engajar no empoderamento feminino. Foram citados alguns exemplos da tendência de femvertising, como a famosa campanha #LikeaGirl, de Always, a do serviço Hello Flo, e a iniciativa do Bradesco com a tocha olímpica Rio 2016.
Porém, o que ficou claro é que não adianta só contar boas e lindas histórias. As companhias precisam mudar por dentro se realmente quiserem solucionar o problema, com mulheres trabalhando e não apenas sendo público-alvo de propaganda.
Atualmente, apenas 3% dos cargos de liderança criativa são ocupados por mulheres. É daí que vem o 3% Movement, aliás, que tem até uma conferência dedicada ao tema. Se serve de alento, o SxSW deixou claro que os questionamentos não mais estão fechados nesses encontros específicos. De agora em diante, qualquer CEO vai ter que responder: O que você está fazendo pela inclusão na sua empresa?
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