Como usuários do Twitter estão usando parenteses no nome para combater o neonazismo

Nos últimos dias percebi uma grande quantidade de usuários no Twitter estão colocando três parenteses de cada lado nos nomes. Inicialmente achei que era um meme passageiro mas ao pesquisar mais a fundo vi que tratava-se de algo um pouco mais sério. Eles estão combatendo o neonazismo.

Pode parecer que estou invocando a famosa lei de Godwin, mas é verdade. Segundo uma reportagem do site Mic.com, o uso dos parenteses é uma tática adotada por um grupo de supremacia branca chamado “the alt-right” que comete abuso contra judeus na internet. Eles usavam até agora uma extensão do Chrome chamada “Coincidence Detector” para rastrear sobrenomes judeus em redes sociais, armazenar os nomes em uma lista e exibir parenteses ao lado deles para que os neonazistas saibam quem atacar. O padrão foi percebido pelo jornalista do The New York Times, Jonathan Weisman, quando ele mencionou no ano passado que recebia várias replies com seu sobrenome entre três parenteses.

Após a publicação da reportagem denunciando a prática, o Google removeu a extensão da loja, que havia sido baixada por cerca de 2,5 mil pessoas e tinha uma base de dados de 8,8 mil nomes. Como mesmo assim ela ainda continua funcionando e pode ser distribuída livremente, Yair Rosenberg, um dos redatores da revista online judia “The Tablet” deu uma ideia interessante a seus seguidores no Twitter: colocar manualmente parenteses ao redor do nome.

Assim, sempre que neonazistas navegarem no twitter e repararem alguém com parenteses nos nomes, eles não saberão se foi a extensão que incluiu ou se os símbolos foram inseridos manualmente. Isso acaba tornando a extensão inútil e impede que o grupo possa atacar efetivamente quem é judeu.

A tática parece ter funcionado: um dia depois de ter sugerido a mudança, Rosenberg diz que recebeu milhares de emails e mentions enfurecidos de supremacistas reclamando da “apropriação cultural” (usado aqui ironicamente) do seu símbolo.