Wired Festival traz ao Rio de Janeiro diferentes visões sobre o futuro
Evento conta com a participação de nomes de diferentes indústrias que estudam o impacto de diversas tecnologias em nosso cotidiano
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Robôs, comida, respeito às minorias, youtubers e vídeos 360°. Assuntos aparentemente distantes, mas que mostram como a tecnologia pode resolver problemas, nos aproximar e nos informar melhor. Todos estes temas foram abordados durante a Wired Festival 2016, evento realizado pela publicação americana pela primeira vez em solo brasileiro.
Nomes de peso como Alex Atala (D.O.M.), Kaoru Sugano (Dentsu), Peter Hirshberg (Re:Imagine Group), Sean McKelvey (Softbank Robotics), além de conhecidos do público B9, como Ricardo Laganaro (O2 Filmes, que você ouviu no Código Aberto) e Thiago Rotta (IBM Watson, que você ouviu no Braincast) entre tantos outros ofereceram ao público sua visão singular sobre o que está acontecendo nas mais diversas indústrias e para onde vamos.
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Alex Atala: valorização da comida local e do pequeno produtor
E o que vimos de mais interessante por lá, além da possibilidade de brincar com o drone do Alexandre Maron?
A palestra de Sean McKelvey mostrou uma outra visão sobre robótica – muito diferente das discussões ocidentais sobre inteligência artificial e finalidade de robôs. Trabalhando no projeto do Pepper, o primeiro a reconhecer emoções humanas e se relacionar com elas, McKelvey demonstrou que tecnologias mais empáticas com as emoções podem promover verdadeira melhora na vida e na sociedade.
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Sean McKelvey: robôs inteligentes programados para reconhecer e apreciar emoções humanas podem promover uma sociedade melhor.
Os medos de uma inteligência artificial, segundo ele, existem porque as discussões atuais de robótica ignoram emoções humanas, que podem ser ensinadas e apreciadas; e por uma moral, um senso instintivo do certo e do errado que pode ser programado. Para que uma inteligência artificial não seja temida, devemos nos perguntar o que estamos criando e por quê.
“Os orientais, no entanto, possuem uma outra maneira de ver a questão dos robôs na sociedade. Se perguntarem a um americano quais seriam os exemplos de IA, eles responderiam Exterminador do Futuro, Matrix, Hal 9000. Mas se perguntam aos japoneses, eles vão falar do Astro Boy, do Doraemon. Algo que é querido, que veio para o bem”
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Doraemon é tão fofo, que mal pode fazer?
Kaoru Sugano comentou sobre as tecnologias inimagináveis a uma agência de publicidade há alguns anos que hoje possibilitam recriar histórias do passado e contar as histórias do futuro. Responsável por cases como Sound of Honda – Ayrton Senna 1989, a apresentação japonesa durante o encerramento dos Jogos Rio 2016 e tantos outros, Sugano comentou sobre as experiências da área de criação especial da Dentsu no Japão, a Dentsu Lab.
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Kaoru Sugano: Lost in Translation, mas cases incríveis que falam por si
Na parte de workshops, os destaques vão às equipes da Mirante Lab, que ofereceu a possibilidade a 40 felizardos de montar o seu próprio drone na hora, com peças simples; e da Project Company, que oferecia implantes de chips NFC para os interessados em criar sistemas de automatização e identificação sem precisar nem mesmo do celular.
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Os drones da Mirante Lab: o maior transforma o seu celular em uma espécie de manche, repetindo os movimentos que você fizer com o aparelho. O segundo é uma alternativa bem barata, criada com peças impressas e controles simplificados.
Se as questões sobre o futuro e sobre uma versão brasileira da revista Wired não foram totalmente respondidas, o evento jogou luz em uma série de temas que podem ser pensados daqui para frente.