Nike e a chuteira que chutou o balde
[ Sim, senhores, este é o primeiro post escrito por uma mulher no Brainstorm #9. O desafio foi aceito pela redatora publicitária Maria Ligia, que a partir de agora faz parte do time. Atualmente ela trabalha na TV1.Com, e nas horas vagas se dedica a amar o Eddie Vedder, namorar sapatos nas vitrines ou tuitar sobre amenidades. ]
Um belo dia, o Merigo me convidou para ser colaboradora do B#9. Achava que o site andava muito masculino, queria dar uma alma feminina ao blog. Aceitei o desafio com um pouco de medo. Então pensei como poderia corresponder às expectativas, sobre o que escreveria. Então decidi que meu post inaugural seria sobre… futebol. Rá!
Na semana passada, entre Dilmas e Serras, um personagem esteve em todos os maiores sites de notícias brasileiros. Pela milésima vez, Cristiano Ronaldo teve um monte de câmeras e jornalistas a sua volta. A diferença é que agora, a jogada espetacular que ele mostrou era de marketing.
Se você estava na Lua, o resumo: a Nike criou uma nova chuteira dessa sua fase Restart. Com pattern inspirada na pele do Leopardo, não sei dizer se a CR Mercurial Vapor SuperFly II (cof cof cof) é feia ou bonita. Mas a dita cuja é polêmica, e aí está o pulo do gato.
É uma chuteira pra jogar bem? Não, é uma chuteira pra ser vista e comentada; assim como nosso amigo CR quando entra em campo. É bonita? Não, é polêmica e diferente, assim como nosso amigo CR quando desfila por aí de sobrancelha feita e bronzeamento artificial. É pra qualquer jogador machão pegador? Não, é pros que têm estilo e gostam mais de aparecer sozinhos; assim como nosso amigo CR quando desfila por aí de micro-shorts e unha pintada.
A nova chuteira da Nike é pra um novo tipo de jogador. Não é pra um malabarista feio (Ronaldinho Gaúcho), não é pro metrossexual hetero (Beckham), não é pro que supera lesões e cirurgias (Ronaldo Fenômeno) e não é pro moleque irreverente (Neymar). É pro polêmico que adere ao “falem mal, mas falem de mim” sobre o visual, não sobre o futebol.