Além do click: Google quer ajudar a medir impacto do jornalismo
Impacto.Jor quer ajudar as redações a entender como as reportagens contribuem para a sociedade
No jornalismo online a maneira mais prática de medir o sucesso de uma publicação é baseado no número de pageviews e likes. E se existisse uma forma de mensurar as consequências que cada matéria tem na sociedade? Essa é a ideia por traz do Impacto.Jor, um projeto ambicioso capitaneado pelo Google em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).
O Impacto.Jor quer levar a análise do conteúdo para muito além dos clicks. O projeto, idealizado pelo jornalista e pesquisador Pedro Burgos, une uma análise manual feita pelos próprios jornalistas da redação à tecnologia, com o uso de algoritmos.
Após publicar uma matéria, um formulário com perguntas sobre o que aconteceu depois ficará disponível. Os jornalistas poderão responder sobre como a reportagem contribuiu com a sociedade, dando notas que variam desde um agradecimento por parte dos leitores até o afastamento de autoridades.
“As matérias de maior sucesso e as mais valiosas muitas vezes não são aquelas com um número grande de visualizações de página”, New York Times
Outra parte fica por conta da tecnologia. Um robô irá vasculhar a internet para entender como a publicação foi utilizada. Será possível identificar se a matéria foi compartilhada por uma celebridade, se outros sites repercutiram o conteúdo e até mesmo se um algum político citou a reportagem na tribuna.
Tudo isso ficará disponível em um painel de controle. A ideia é que o cruzamento dessas informações com os dados de audiência, mostre de uma forma mais clara qual foi a real consequência da publicação. Além disso, o resultado também poderá medir o desempenho dos jornalistas e ajudar as equipes comerciais a pensarem campanhas baseadas nesses dados.
Por enquanto, Folha de S.Paulo, Veja, Nexo, Gazeta do Povo e Nova Escola são as primeiras redações a testarem o Impacto.jor. No futuro, o Google pretende tornar o projeto uma ferramenta de código aberto.
//crédito da foto: Filip Bramoski