Banksy volta às ruas com crítica sobre instituições de arte
Jean-Michel Basquiat é revistado em nova obra do misterioso artista que crítica o Barbican Centre de Londres
Londres voltou a receber o trabalho de Banksy. Em Barbican, dois muros foram o cenário da crítica do artista para a forma como as instituições fechadas tratam a arte de rua. As obras foram feitas nos muros do Barbican Centre, centro de artes e espetáculos londrino, que iniciará uma exposição do artista americano Jean-Michel Basquiat, conhecido por seus trabalhos neo-expressionistas pelas ruas.
Banksy confirmou a autoria do material com postagens em seu Instagram.
Na legenda, ele brinca com o fato do centro artístico expor as obras de um nome tão icônico nas ruas, sendo que é sempre eficiente em manter seus próprios muros limpos de graffitis. Na imagem, é possível reconhecer a coroa, marca registrada de Basquiat, em uma espécie de London Eye controlada.
O outro mural retrata dois policiais fazendo uma vistoria em um homem, com referência clara à obra “Boy and dog in a Johnnypump”, uma das mais marcantes de Basquiat. Em seu IG, Banksy colocou as duas imagens lado a lado, para não haver dúvidas.
A segunda imagem também faz referencia à polícia londrina e o tratamento que Basquiat poderia ter na cidade. Por ser negro, o artista americano entraria na porcentagem de pessoas com mais probabilidade a receber uma revista dos guardas da rainha, como apontam pesquisas.
O BANKSY DE 2017
Policiais são personagens recorrentes das críticas de Banksy, que atualmente se esforça para apoiar outras causas em que acredita. Na última semana, o artista doou 250 mil libras para os direitos humanos e anti armas. O dinheiro foi levantado com a venda de seu último trabalho, leiloado na Art the Arms Fair, exposição/protesto que aconteceu simultaneamente a maior feira de armas do mundo.
Esse ano, o artista também há se manifestou sobre o Brexit, com um metalúrgico tirando uma das estrelas da bandeira da UE, em Dover.
Segundo o site da UE, as estrelas posicionadas na bandeira defendem ideais de unidade, solidariedade e harmonia. A queda de um símbolo, assim como a ironia de um Basquiat revistado por uma polícia vedada, mostra que Banksy continua com a mesma força em sua sutileza.