Depois de “The Cloverfield Paradox”, Netflix adquire outra ficção-científica engavetada por estúdio
Escrito pelo roteirista de “A Chegada” e com Michael Peña no elenco, “Extinction” deve ser lançado ainda este ano pelo canal de streaming
A Netflix segue demonstrando uma atenção especial ao gênero da ficção-científica. Depois de anunciar “Mudo” e lançar “Altered Carbon” e “The Cloverfield Paradox” nos últimos dias, o canal de streaming comprou agora os direitos de distribuição de “Extinction”, filme de invasão alienígena protagonizado por Michael Peña, Mike Colter e Lizzy Caplan que até então estava engavetado pela Universal, de acordo com a Variety.
Dirigido por Ben Young, o filme conta a história de um homem que tem o sonho recorrente da família morrendo e que depois da chegada dos aliens à Terra descobre ter o poder para derrotá-los. Com envolvimento de Eric Heisserer (indicado ao Oscar por “A Chegada”) no roteiro, “Extinction” estava previsto para ser lançado no último dia 26 de janeiro, mas em novembro de 2017 a Universal resolveu tirar a produção do calendário de estreias e nunca mais marcou uma data para ele.
A situação da compra do filme pela Netflix é muito similar ao recente “The Cloverfield Paradox”, que vinha sendo constantemente adiado pela Paramount até ser vendido ao serviço de streaming e ser lançado poucas horas depois de ser anunciado no Super Bowl. Além do terceiro Cloverfield – que de acordo com fontes do The Hollywood Reporter foi negociado ao canal por mais de cinquenta milhões de dólares – o estúdio também repassou ao streaming os direitos internacionais de distribuição de “Aniquilação”, esperada ficção-científica de Alex Garland que estreia nos Estados Unidos no próximo dia 23 de fevereiro.
Por um lado, essas compras não deixam de ser apostas inteligentes por parte da Netflix. Cobrindo os custos do estúdio responsável pela produção, o canal talvez consiga encontrar com maior velocidade o público-alvo disponibilizando rapidamente o filme aos seus milhões de assinantes ao redor do globo – ainda que os números oficiais de “The Cloverfield Paradox” não tenham sido divulgados pela empresa, redes como o Letterboxd e o IMDb registraram um aumento de atividade assustador nas primeiras horas após o seu lançamento.
A medida, porém, não ajuda muito a Netflix a melhorar sua imagem enquanto casa de conteúdo original. O serviço, que já prometeu lançar 80 filmes originais em 2018, vem sendo criticado pela imprensa pela forma como despeja conteúdo sem considerá-los antes, prezando por uma lógica de quantidade antes de qualidade – para cada “Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi”, por exemplo, há quatro ou cinco “Bright” sendo lançados no catálogo do canal mensalmente. E se a nova estratégia da empresa é adquirir produções problemáticas engavetadas por outros estúdios, a longo prazo esta ideia pode acabar afastando os seus assinantes ao invés de conseguir novos.
A Netflix planeja lançar “Extinction” ainda este ano.