Campanha retrata consequências emocionais permanentes da violência contra crianças e adolescentes
“Nem todas as cicatrizes são visíveis”: imagens chamam atenção para forma como jovens podem reproduzir agressões dos pais
Mais do que um trauma ou a criação de más memórias, a violência doméstica pode transformar a visão de mundo de crianças e adolescentes, a ponto de reaparecer por meio dos próprios atos desses jovens quando se veem na mesma posição dos seus pais.
É a partir dessa premissa que uma série de imagens está sendo veiculada em jornais americanos para alertar sobre os efeitos dessa violência no desenvolvimento da personalidade das crianças. Em cada uma das ilustrações é possível ver o topo da cabeça de uma criança, com um cérebro “aberto”, em que estão gravados a representação de um homem atacando uma mulher. “Uma vez que eles vêem, ele permanece com eles”, lê um. “Nem todas as cicatrizes são visíveis”, diz um segundo. “Alguns feridos nunca se curaram”, diz o terceiro.
Os anúncios impressos, que aparecem em publicações americanas de grande circulação, como o Wall Street Journal, fazem parte de uma campanha da organização Joe Torre Safe At Home Foundation, entidade sem fins lucrativos que luta contra a violência doméstica. A ação também conta com um vídeo, veiculado na internet. Nele, um jovem se senta na parte traseira de um carro, fazendo eco de um homem mais velho que repreende uma mulher no telefone do banco do motorista. Aos poucos, o rapaz do banco dos passageiros dá lugar a um garoto, que escuta em silêncio os gritos do pai que vai acabar repetindo em outro momento da sua própria vida.
Confira o vídeo e as peças impressas abaixo. A criação é da agência gyro, de Nova York.