Fãs de Zack Snyder farão protesto pela liberação da versão do diretor de “Liga da Justiça”
Enquanto isso, Warner nomeia novo presidente na divisão de filmes da DC Comics

Embora tenha sido tratado como carro-chefe da Warner Bros. para lançar seu universo de franquias interconectadas dos heróis da DC Comics (e, obviamente, a chave para milhões em bilheteria e produtos licenciados), “Liga da Justiça” até o momento não foi nada além de uma grande dor de cabeça para os executivos do estúdio. Grande decepção nas bilheterias com ganhos muito abaixo do esperado, o filme teve uma produção tumultuada do começo ao fim, desde os primeiros meses com a tensão das críticas extremamente divisivas e a resposta desentusiasmada do público a “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” se acumulando até as refilmagens que envolveram o apagamento digital do bigode de Henry Cavill. O ápice aconteceu no meio do ano passado, quando o diretor Zack Snyder se afastou da produção para lidar com problemas familiares e Joss Whedon assumiu o leme do navio em chamas, remontando e promovendo mudanças que mudassem o tom do filme.
Com “Liga da Justiça” tombando nas bilheterias e não conseguindo agradar o público, essa substituição na cadeira de direção se tornou a principal justificativa de uma boa parcela dos fãs para exigir que a Warner libere a “versão do diretor” do filme, com o corte final da obra que Snyder pretendia colocar nas telonas. Chegou-se inclusive a criar uma petição online em torno da causa, com mais de 130 mil assinaturas pedindo o lançamento deste “produto alternativo” – um que pode não existir, vale acrescentar, pois o diretor saiu muito cedo na pós-produção e não há nenhum indício de que este corte tenha chegado a ser montado.
Essa indeterminação de existência, porém, não desmotiva as pessoas a continuarem a pedir por esta versão, e a demanda agora virou uma espécie de protesto. Em sua conta em diferentes redes sociais, a youtuber americana Itzmoe anunciou a organização de um ato em frente aos escritórios da Warner em Burbank (na Califórnia) no próximo dia 6 de Janeiro, onde ela e um grupo de fãs devem tirar uma foto com uma placa gigante escrito “Release The Snyder Cut” (“Liberem o corte de Snyder”, em português) em frente à sede. Com evento oficial no Facebook e divulgação em sua conta no Twitter, os esforços de Itzmoe e seus colegas são pacíficos e miram convencer o estúdio de que vale a pena lançar esta versão (“a real versão de ‘Liga da Justiça'”, em suas próprias palavras) no mercado home video.
L.A. #ZackSnyder FANS! Come take a photo w/ us in front of Warner Bros. holding a #ReleaseTheSnyderCut sign supporting Zack's #JusticeLeague cut THIS SATURDAY at 11am! RSVP HERE: https://t.co/6RSKULvgyg
#DCEU #DCcomics #WonderWoman #Superman pic.twitter.com/E4Cibjt5q4— Itzmoe is ALL IN (@itzmoe) January 3, 2018
Ajustes internos
Enquanto os fãs pedem um acerto de contas com o passado, a Warner olha para o futuro tentando arrumar a própria bagunça. A empresa anunciou hoje que Walter Hamada será o novo presidente da divisão de filmes baseados nos quadrinhos da editora, substituindo Jon Berg na função e trabalhando em colaboração com Geoff Johns, presidente e chefe criativo geral da DC Comics, na supervisão e concepção das vindouras produções super-heroicas. Trazido como espécie de salvação às produções cinematográficas da DC, Johns segue no comando, mas seu trabalho envolve também as divisões de quadrinhos e animações da empresa.
A entrada de Hamada na chefia do estúdio é significativa dentro da hierarquia corporativa da Warner. Há uma década trabalhando na divisão da New Line, o produtor ajudou o estúdio a emplacar uma sequência impressionante de sucessos de bilheteria nas produções de horror, incluindo aí o erguimento de “Invocação do Mal” como franquia e a estreia retumbante de “It – A Coisa”. Ele é amigo próximo de Toby Emmerich, executivo oriundo do mesmo estúdio que em 2017 foi promovido a presidente e chefe de conteúdo da empresa.
Hamada é também o terceiro nome ligado ao estúdio a ser “exportado” para a DC, se juntando aos diretores James Wan (responsável pelos dois “Invocação do Mal” e agora comandante da aventura solo de Aquaman) e David F. Sandberg (que emplacou “Annabelle 2: A Criação do Mal” no passado e cuida da versão cinematográfica de “Shazam”). É uma tentativa honesta da Warner de criar um padrão de qualidade em suas produções mais caras e levantar a atual moral baixa que permeia esses filmes. Agora é ver se a aposta dá certo.