“#MyGameMyName”: ação revela como mulheres gamers sofrem abuso
Jogadores e youtubers homens usaram nicknames femininos em partidas online
Já estamos em 2018, mas ainda há quem defenda que as mulheres exageram quando o assunto é o assédio enfrentado por elas diariamente em todos os ambientes. Para, mais uma vez, provar que isso não é “reclamação à toa”, a ONG Wonder Women Tech convidou jogadores e youtubers homens para usarem nicknames femininos em partidas online.
A experiência “#MyGameMyName” contou com a participação de Davy Jones, do Gameplayrj jogando Overwatch, os representantes do Pipocando jogando CS:GO, Fe Batista também jogando CS:GO, entre outros. Alguns deles, inclusive, convidaram mulheres próximas para comentarem durante o jogo, assim os participantes teriam a sensação de estar mesmo jogando com uma mulher.
O resultado não surpreende: todos foram insultados e/ou assediados.
O experimento mostra exatamente a origem da tag #MyGameMyName, que vem justamente do fato de grande parte das gamers adotarem nicknames masculinos durante os jogos para não sofrerem assédio.
A tag funciona como um movimento que reivindica o direito das mulheres utilizarem seus próprios nomes e conseguirem jogar em paz.
Vivenciando a experiência na pele, os influenciadores deixaram o pedido de mais empatia e visão de igualdade aos seus públicos.
“Não é justo que uma menina esconda sua própria identidade só porque algumas pessoas não sabem se comportar quando jogam com uma garota ou mulher. Então, nos perguntamos: por que a indústria possui ferramentas para evitar trapaças e pirataria, mas não toma medidas eficazes sobre assédio sexual e bullying?” afirma Lisa Mae Brunson, da Wonder Women Tech.
Atualmente, o mercado de games já tem quase metade de seu público formado por mulheres (46%), segundo o estudo Game Consumer Insights, produzido pela Newzoo, empresa líder de inteligência de marketing para mercados globais de games.