SXSW 2018: Só ideias “disruptivas” podem fazer parte do festival?
Palestra de escritora indiana pode não trazer noções diferentes ao evento, mas promove reflexões importantes sobre as estratégias das marcas brasileiras
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Cheguei em Austin, no Texas, com muita expectativa e sofrendo com o “paradoxo da escolha”. Inúmeros painéis em locais diferentes, um universo de assuntos diferentes e um único desafio: como priorizar? Decidi que ia começar me dedicando a algum tema mais familiar. Por isso, escolhi uma palestra da indiana Shama Hyder, autora do livro “Momentum: How to Propel Your Marketing and Transform Your Brand in the Digital Age” ( numa tradução literal algo como “Momentum: Como Impulsionar seu marketing e transformar sua marca na Era Digital”). Hyder decupou o assunto em 5 princípios:
1) O consumidor como protagonista, que colabora e dissemina o conteúdo das marcas com as quais ele se identifica;
2) A análise de dados como a principal ferramenta para se desenvolver filtros inteligentes que ajudem o consumidor a encontrar o que procura;
3) A integração de todos os meios em uma plataforma de comunicação que apresente uma mensagem de forma coerente;
4) A curadoria de conteúdo para que ele tenha relevância aos olhos do consumidor;
5) O vídeo como principal formato de conteúdo.
Confesso que a primeira impressão foi de que este conteúdo não fosse disruptivo o suficiente para estar no SXSW. Afinal, ele é um discurso que ouvimos o tempo todo e em todos os lugares.
Mas veja bem, participar do SXSW não é só sobre conhecer o novo, ele também existe para levar a fazer reflexões sobre assuntos latentes. E a palestra me fez refletir, sim, sobre algo: Como profissionais de “brand strategy” do mercado brasileiro, estamos de fato colocando o consumidor no centro das nossas conversas, como criador de conteúdo das marcas?