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SXSW 2018: Ethereum, o novo mundo dos contratos inteligentes
Palestrante no evento chama a atenção para as vantagens da nova “moeda virtual”
Os chamados “smart contracts” ou Ethereum talvez sejam uma das coisas mais faladas aqui no SXSW. Co-fundador da ConsenSys Systems, Andrew Keys fez uma palestra sobre quais implicações teremos no dia a dia em decorrência desta tecnologia.
Para Keys, hoje Ethereum é complexo de ser classificado, assim como a internet também era em 1994, dois anos antes de se tornar popular. E sim, a comparação que ele faz é muito pertinente.
Mas Ethereum não é uma cripto moeda? Sim, mas também é muito mais que isso. O empresário explica que na sua essência a tecnologia visa fixar contratos comercializados pela moeda Eth (que usa o blockchain para deixar o contrato seguro, imutável e sem chance de fraude). Basicamente, um cartório web 2.0 que tem sua própria moeda. Segundo o palestrante, fato de ser imutável gera inúmeras possibilidades, como, por exemplo, um contrato de aluguel. Então talvez em alguns anos poderemos pagar aluguel por Ethereum sem intermédios ou comprar propriedades, seguros de carros e casas.
Ao seu veu, os contratos ficarão mais simples e, por isso, os acordos entre pessoas vão evoluir. Ele cita que poderemos ver, por exemplo, um crowdfunding para construções de prédios, substituindo as imponentes incorporadoras de hoje, criando assim um modelo econômico altamente descentralizado e destravado pela morte da burocracia.
Keys foi o palestrante mais empolgado que vi por aqui, talvez porque as possibilidades são tão grandes que não sabemos ao certo o que acontecerá no futuro. Qual seria a postura dos grandes bancos numa economia como essa? Eles darão um jeito de assumir o controle regulatório ou irão sucumbir à nova era? E o governo? Como vai fiscalizar? Aliás, será mesmo preciso fiscalização com uma moeda que é sua própria fiscal?
Num processo de mudanças tão aceleradas, e que ainda vai acelerar mais forte, quem não está com dúvidas, está errado.