Negociações por trás da série de “O Senhor dos Anéis” ganham novas informações

Foi em novembro do ano passado que a Amazon avisou ao mundo que tinha adquirido os direitos de “O Senhor dos Anéis” e que iria produzir uma série baseada nos famosos livros escritos por J.R.R. Tolkien. Na época, foi divulgado que a negociação da empresa com a editora Harper Collins e a organização responsável pelo legado do escritor britânico previa uma série com múltiplas temporadas (passada em um período anterior ao “A Sociedade do Anel”) e um spin-off, duas produções que permitiriam aos desenvolvedores explorar a Terra-Média e as histórias de Tolkien com maior propriedade.

Desde então, porém, poucos detalhes foram divulgados sobre o acordo além de seu valor, posteriormente revelado que foi fechado na casa dos 250 milhões de dólares. Mas ainda que o mistério ainda seja grande sobre estes seriados, uma reportagem recentemente publicada no The Hollywood Reporter começou a dar algumas pistas sobre o que diabos está incluso neste tratado e o que diabos a Amazon planeja neste momento com a saga do anel.

De acordo com o veículo, a negociação entre as partes foi feita de forma a permitir que a Amazon se comprometesse a produzir um seriado de cinco temporadas, desde que estes episódios comecem a serem realizados em algum momento dos próximos dois anos. Parece tranquilo a princípio, mas a grana envolvida é gigantesca: os executivos do estúdio acreditam que a produção da série chegue ao orçamento de um bilhão, contando aí os gastos com elenco e efeitos visuais.

Quem também esteve envolvido na confecção do negócio foram a New Line Cinema e a Warner Bros., empresas responsáveis pela produção e lançamento das trilogias “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. Embora nunca tenham tido os direitos televisivos sobre os livros, as duas produtoras foram incorporadas posteriormente à negociação porque a Amazon gostaria de deixar aberto a possibilidade de se usar material dos filmes na nova produção.

Neste sentido, há outras pessoas que podem entrar no rolo se quiserem. Uma delas obviamente é Peter Jackson, diretor e produtor dos seis filmes da franquia, mas de acordo com o jornal ele e seu advogado Peter Nelson não se envolveram no negócio até o momento. A bem da verdade, a entrada de Jackson na série depende apenas dele para acontecer.

Já outros dois que poderiam interferir, mas que devem ficar quietos são os irmãos Weinstein, e por motivos bem óbvios. Ainda que os antigos donos da The Weinstein Company tenham participado ativamente do desenvolvimento dos três primeiros longas e depois tenham arrancado alguma grana no processo pelos direitos de “O Hobbit”, os dois produtores estão no momento queimados em Hollywood por conta do escândalo de assédios sexuais de Harvey Weinstein no ano passado, ocorrido justamente no momento em que as negociações entre a Amazon e as outras partes aconteciam. Uma das fontes do The Hollywood Reporter inclusive afirma que ficaria muito surpresa se os dois manifestassem qualquer interesse na produção.

O que todos os entrevistados da matéria do site concordam, porém, é que o contrato final gerado de todas as reuniões e discussões executivas é complexo, maluco e reflete em parte o momento atual da televisão em Hollywood. Em busca de um “Game of Thrones” para chamar de seu, Jeff Bezos não está poupando esforços e dinheiro.