6 filmes do Festival de Cannes 2018 para ficar de olho
Festival que começa hoje trará obras com forte carga política e novos projetos de nomes consagrados do cinema
Começa hoje, na França, o mais prestigiado festival de cinema do mundo, o Festival de Cannes. Lá, alguns dos grandes filmes da história saíram com premiações importantes, como “A Doce Vida”, em 1960, “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, em 1966, “Apocalypse Now”, em 1979 e “Pulp Fiction – Tempo de Violência” em 1994. Na edição de 2017, o vencedor foi o sueco “The Square – A Arte da Discórdia”, que chegou a disputar o Oscar de melhor filme em língua não-inglesa.
Resolvemos listar algumas das obras que serão exibidas na edição de 2018 e que merecem nossa atenção. Na curta seleção que fizemos, há desde filmes que possuem grandes chances de figurarem entre os destaques da próxima temporada de premiações, até obras menos badaladas, mas que também devem ter destaque.
Ash Is Purest White, de Jia Zhang-Ke
Zhang-Ke já venceu o Leão de Ouro de melhor filme em Veneza por “Em Busca da Vida” e o prêmio de melhor roteiro em Cannes por “Um Toque de Pecado”. Seu novo filme, “Ash Is Purest White”, promete ser uma intensa experiência. A história acompanha Qiao, uma jovem dançarina que se apaixona por um mafioso local. Após uma briga de gangues, Qiao acaba presa por tentar proteger seu namorado, o que lhe rende uma pena de cinco anos de prisão. Após o encarceramento, Qin vai em busca de seu amado.
Blackkklansman, de Spike Lee
Nesse ano, diretor de “Faça a Coisa Certa” e “Malcolm X” leva à Cannes seu mais aguardado projeto das últimas temporadas. “Blackkklansman”, que além de ter Lee na direção e not exto, conta com co-produção de Jordan Peele (o diretor e roteirista de “Corra!“), adapta a história real de Ron Stallworth, policial negro que se infiltra na Ku Klux Klan. A estreia fora do Festival está prevista para outubro, e o filme promete ser um dos mais polêmicos da próxima temporada de premiações.
A Casa Que Jack Construiu, de Lars Von Trier
O polêmico cineasta dinamarquês retorna cinco anos após “Ninfomaníaca” (partes I e II), seu último trabalho. Em “A Casa Que Jack Construiu”, acompanhamos 12 anos da vida de um serial killer que vive no estado de Washington. De acordo com Trier, sua nova obra trabalha a ideia que a vida é má e sem alma. O diretor já havia sido banido de Cannes após fazer uma piada sobre Hitler. Após sua exibição em Cannes, o filme tem previsão de ser lançado em novembro na Europa, e provavelmente chegará ao Brasil somente em 2019.
Capernaum, de Nadine Labaki
Este é apenas o terceiro trabalho de Labaki, que antes era apenas atriz, como diretora. “Capernaum” é descrito como uma fábula de forte carga política, tendo seu elenco formado, em sua maior parte, por atores amadores. O longa conta a história de uma criança que, revoltada com a própria vida, vê seus pais como culpados e os processa.
De acordo com os envolvidos na produção, a obra mantém uma estética documental a fim de imprimir realismo, o que pode ser um diferencial para o impacto dramático do filme. O filme, que foi filmado no Líbano, se passa em alguma região não especificada do Oriente Médio, e deve chamar atenção por tocar em temas que estão em destaque no cenário mundial.
Le Livre D’Image, de Jean-Luc Godard
Jean-Luc Godard é responsável por alguns dos mais importantes filmes da história do cinema, como “Demônio das Onze Horas” e “Acossado”. Referência da nouvelle vague, revolucionário movimento francês dos anos 60, Godard sempre merece atenção por seus filmes. Em “Le Livre D’Image”, o francês de 87 anos promete uma experiência audiovisual intensa.
The Man Who Killes Don Quixote, de Terry Gilliam
É o filme que carrega mais história na edição de 2018, já que Terry Gilliam trabalha no projeto há incríveis vinte anos. A produção já foi interrompida diversas vezes e por diversos motivos, desde inundações no set até problemas de saúde de atores e dificuldades financeiras.
https://youtu.be/LFabiZ_RBzk