Segundo pesquisadores, filtros que bloqueiam pornografia na internet não funcionam
A pesquisa sai no momento em que o governo britânico propõe um filtro anti pornografia em todo o país
Os pesquisadores Victoria Nash e Andrew Przybylski lançaram um estudo no qual analisam como os filtros de Internet raramente funcionam para bloquear pornografia online de crianças e adolescentes.
No artigo “Internet Filtering and Adolescent Exposure to Online Sexual Material”, os pesquisadores do Instituto de Internet de Oxford afirma que “As ferramentas de filtragem da Internet são caras de desenvolver e manter, e podem ser facilmente ‘bloqueadas’ devido ao constante desenvolvimento de novas formas de compartilhamento de conteúdo.”
Outro ponto observado pela pesquisa é que a filtragem pode levar a “bloqueio excessivo”, em que os jovens não conseguem acessar informações sobre saúde, por exemplo, pelos termos da pesquisa serem associados à pornografia.
A pesquisa vem no mesmo momento em que o governo do Reino Unido anunciou que está explorando um filtro anti pornografia em todo o país, se juntando assim a outros países ao redor do mundo que filtram a Internet pública por motivos religiosos ou políticos.
Os pesquisadores afirmar que “as ferramentas de filtragem da Internet são ineficazes e na maioria dos casos eram um fator insignificante para saber se os jovens tinham visto conteúdo sexual explícito”.
O estudo analisou 9.352 indivíduos do sexo masculino e 9.357 do sexo feminino da União Europeia e do Reino Unido e descobriu que quase 50% dos indivíduos tinham algum tipo de filtro de Internet em casa. Independentemente dos filtros instalados, os participantes ainda viram aproximadamente a mesma quantidade de pornografia.
Vale ressaltar que apesar dos pontos levantados pela pesquisa – custos e limitações tecnológicas – há, de fato, poucas evidências consistentes de que a filtragem de pornografia é eficaz para proteger os jovens de material sexual online. Vários outros estudos relatam desde 2005, antes mesmo do surgimento de smartphones e tablets, que a filtragem da Internet pode reduzir o risco de jovens contra o material sexual de forma relativa.
Já um estudo mais recente, analisando dados coletados uma década depois desses artigos, forneceu fortes evidências de que o uso de tecnologias de filtragem da Internet pelos cuidadores não reduziu a exposição das crianças a uma variedade de experiências online “pesadas”, incluindo conteúdo sexual.