Airbnb cancela concurso de hospedagem na Muralha da China depois de onda de críticas
Além de despertar polêmica nas redes sociais chinesas, promoção ficou mal na fita depois que Comissão de Assuntos Culturais negou qualquer aprovação do projeto
Há dois dias, o Airbnb anunciou a realização de um promoção que levaria quatro pessoas (mais acompanhantes) a uma estadia de quatro dias e noites na Grande Muralha da China. O que parecia a princípio uma maneira inusitada de divulgar a marca dentro de um projeto de propagação do valor da conservação histórica, porém, logo se tornou objeto de polêmica nas redes sociais chinesas, que levaram a empresa a cancelar o sorteio na noite de ontem.
Em um comunicado divulgado à imprensa, porta-vozes da empresa afirmam que o cancelamento se deu por conta das respostas negativas ao concurso: “Ainda que houvesse um acordo que era a base do nosso evento, nós respeitamos profundamente o feedback que temos recebido. Nós tomamos a decisão de não continuar com este evento e ao invés dele nós vamos trabalhar em uma variedade de outras experiências e iniciativas que promovam a China como destino“.
O feedback citado pelo Airbnb, no caso, vai muito além da onda de reclamações feitas por usuários chineses em redes como o Weibo. Além de todas as críticas e questionamentos sobre hospedar um grupo de pessoas em um dos principais monumentos nacionais, a Comissão de Assuntos Culturais de Yanqing, distrito de Pequim responsável pela manutenção da Grande Muralha, afirmou à imprensa chinesa que não havia aprovado a realização da promoção justamente sob a alegação de que ela não estaria à serviço da preservação da lendária fortificação. A polêmica nas redes sociais chinesas passou pela mesma questão.
De acordo com a divulgação original da promoção, o projeto era parte de uma iniciativa da Airbnb para aumentar sua participação no mercado chinês e promover o turismo sustentável na China. O presidente da divisão chinesa da marca Nathan Blecharczyk havia afirmado na ocasião do lançamento do concurso que a empresa havia trabalhado com historiadores e grupos preservacionistas de forma a fazer com que a hospedagem não prejudicasse o estado da muralha em qualquer nível.