Jornais norte-americanos publicarão editorial criticando postura anti-imprensa de Trump
Criada pelo The Boston Globe, campanha já conta com a participação de mais de cem veículos
A relação entre Donald Trump e a imprensa americana não é boa há anos. O conflito atingiu seu ápice durante a campanha presidencial de Trump, em 2016, quando numa discussão com um jornalista da CNN o atual chefe de Estado chamou o jornal de “fake news”. Desde então, o presidente americano e a imprensa estão em guerra – e o termo se tornou um adjetivo integrado à cultura popular.
A mais nova notícia relacionada a essa rivalidade é a de que mais de cem jornais publicarão editoriais que condenam a postura anti-imprensa de Donald Trump. De acordo com a CNN, a iniciativa começou no The Boston Globe e já recrutou dezenas de jornais de toda a América.
“Propomos publicar um editorial no dia 16 de agosto, falando sobre os principais perigos do ataque do governo à imprensa e pedir a outros que se comprometam a publicar seus próprios editoriais na mesma data”, disse o The Globe à imprensa em comunicado oficial.
A Sociedade Americana de Editores de Notícias, o New England Newspaper e a Press Association se mobilizaram para ajudar a espalhar a campanha, que de acordo com Pritchard já é um sucesso: “Temos alguns jornais grandes, mas a maioria é de mercados menores, todos entusiasmados em enfrentar o ataque de Trump ao jornalismo”.
A ideia não é que todos os veículos publiquem um mesmo texto, e sim que cada um faça seu próprio editorial. Com isso, o movimento pode ganhar pluralidade de ideias, mostrando que o descontentamento não parte de um só veículo que é seguido pelos outros, e sim de vários, que se manifestarão cada um a sua maneira.
Um dos fatos que mais motivaram uma resposta da imprensa é a forma como o presidente americano se refere à mídia. Mesmo que de forma inconsciente, Trump promove uma perigosa rixa ao se referir à imprensa com termos como “inimigos do povo”, mas curiosamente não trata da mesma forma veículos que de maneira deliberada espalham fake news e discurso de ódio como o InfoWars, que recentemente foi banido do Spotify, do Apple Music e do Facebook por suas práticas.