App Store ajudou a concretizar US$ 519 bilhões em vendas em 2019, diz Apple
Companhia publicou estudo para comprovar importância da loja para o mercado, em meio a acusações de práticas antitruste de empresas como o Spotify
Em uma publicação lançada na última segunda (15) em seu blog oficial, a Apple declarou que o ecossistema da App Store teria facilitado em torno de 519 bilhões de dólares em transações financeiras e vendas ao redor do mundo em 2019. O valor estratosférico é a mais nova atração de um estudo da Analysis Group sobre o ecossistema da loja online da companhia que já havia sido divulgado pela própria no fim do ano passado, mas agora foi relançado com um escopo ainda maior para dar conta de todas as operações realizadas no sistema interno, ao invés de apenas aquelas que a Apple cobra comissão.
A pesquisa é também a primeira a tentar dar conta de todo o cenário amplo da App Store desde seu lançamento em 2008, o que pode ser muita coisa se considerar que a loja conta com quase 2 milhões de aplicativos disponíveis e é utilizada por meio bilhão de pessoas ao redor do globo. A escala é tamanha que inclui até os números de vendas que usam apenas a plataforma como meio, como compras em varejistas e pedidos em serviços do porte do Uber ou o Rappi.
Não à toa, o próprio estudo aponta que dos US$ 519 bilhões feitos em 2019 menos de 15% ficam com a Apple, com o resto sendo distribuído entre terceiros como desenvolvedores e “negócios de todos os tamanhos” – a companhia em si faturou “apenas” US$ 155 bilhões graças ao sistema de comissões. Em termos da divisão entre categorias de aplicativos, a porção maior do faturamento fica obviamente para serviços de vendas de produtos físicos, que foram responsáveis por US$ 413 bilhões das transações registradas – e a parte do varejo e revenda é sozinha dona de US$ 268 bilhões.
Além das vendas em si, outros departamentos com fatias significativas são os aplicativos de viagem (com US$ 57 bilhões), corridas (US$ 40 bilhões) e alimentação (US$ 31 bilhões). Outra área forte é a de serviços digitais, que englobando itens como jogos, veículos de notícias e streamings de audiovisual e música agremiou mais de US$ 61 bilhões em 2019.
Além de dar um olhar mais aprofundado sobre um mercado que na maior parte do tempo permanece enevoado em questão de números e estatísticas, o estudo da Analysis Group chega em um momento bastante delicado para a App Store, que desde maio do ano passado virou alvo de investigações do judiciário estadunidense após acusações de práticas antitruste por empresas como o Spotify. De acordo com o Axios, a Apple e outras empresas sob escrutínio similar (incluindo a Amazon e o Facebook) receberam na sexta passada (12) uma carta de um comitê do braço pedindo que seus CEOs deem testemunho à Suprema Corte sobre o tema, ameaçando de intimação caso seja negado o agendamento.