Jovens estão deixando de usar o Facebook nos Estados Unidos
Pesquisa aponta que adolescentes do país se afastam cada vez mais da rede social, mas sua frequência de uso da internet só aumenta
Uma pesquisa da ONG Common Sense Media, publicado no site Axios, mostra a atual relação dos jovens dos Estados Unidos com a internet, principalmente com as redes sociais. Entre os dados mais interessantes, o número destes usuários no Facebook teve uma queda considerável: de 68% em 2012 (ano em que o estudo foi feito pela primeira vez) para 15% em 2018.
O motivo para essa debandada dos jovens da rede social de Mark Zuckerberg é simples: o Facebook envelheceu. Não como plataforma e nem pelo que oferece aos usuários, mas por hoje possuir um público que inclui até os avós dessa geração mais nova. E isso não é exagero. Em uma das entrevistadas na pesquisa, uma garota de 16 anos resumiu sua relação com o Facebook como “só uso para me comunicar com meus avós”.
Por outro lado, a porcentagem de adolescentes que acessam a internet várias vezes ao dia subiu de 34% para 70%. A maioria deles prefere utilizar outras redes sociais, como Snapchat (41%) e Instagram (22%).
Segundo Michael Robb, diretor de pesquisas da Common Sense, algumas informações do estudo devem ser vistas com preocupação, como o resultado que aponta que 35% desses jovens preferem mandar mensagens de texto em vez de conversar pessoalmente com os amigos. “Pretendo continuar observando se essa tendência se mantém no futuro. Se essa mudança for real, vale a pena investigar o que ganhamos e o que perdemos ao mudar nossas preferências na maneira como nos comunicamos”, salienta Robb.
Engana-se quem imagina que esses jovens estão dentro de uma bolha alienada, sem identificar quanto tempo passam conectados. 54% se dizem distraídos quando deveriam estar prestando atenção, e 72% acreditam que as empresas de tecnologia manipulam os usuários para passarem mais tempo na internet.
É interessante observar também que 47% dos entrevistados se consideram “viciados em seus smartphones”, mas apenas 24% se intitulam “viciados em redes sociais”.
Para James Steyer, CEO e fundador da Common Sense, os adolescentes por um lado“sentem que as redes sociais fortalecem seus relacionamentos com amigos e familiares, oferecem um importante caminho para autoexpressão e os fazem sentir-se menos sozinhos e mais conectados. Ao mesmo tempo, reconhecem que às vezes os afastam de interações cara a cara e os fazem sentir-se deixados de lado e ‘menos’ que seus pares”.