Julian Assange deixa o comando do WikiLeaks
Australiano está na embaixada equatoriana em Londres e se tornou incomunicável no último ano
Refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, Julian Assange deixou oficialmente o cargo de editor-chefe do WikiLeaks. Como reportou o The Verge, o motivo é a incomunicabilidade de Assange, que hoje só se comunica com seus advogados. O novo comandante do WikiLeaks é o jornalista islandês Kristinn Hrafnsson, que foi indicado pelo próprio Assange.
O WikiLeaks fez o anúncio por meio de seu Twitter oficial. No comunicado, o grupo afirma que Assangue permanecerá na equipe editorial. A postagem também fala sobre seu substituto, Hrafnsson, um premiado jornalista investigativo que há quase uma década trabalha com o WikiLeaks.
ANNOUNCEMENT: Assange appoints Hrafnsson Editor-in-Chief after six months of effective incommunicado detention, remains publisher [background: https://t.co/2jOgvSu5bG] pic.twitter.com/0Fwvf3SrkL
— WikiLeaks (@wikileaks) September 26, 2018
Julian Assange não deixa a embaixada do Equador desde 2012, pois teme que as autoridades britânicas o deportem para os Estados Unidos, onde seria julgado pelo vazamento de documentos confidenciais. O australiano foi naturalizado equatoriano no período de seu isolamento.
Segundo o The Guardian, autoridades diplomáticas russas e equatorianas tentaram, em 2017, tirar Assange da embaixada equatoriana em Londres. A ideia era fazer Assange sair em um carro diplomático e viajar para um país onde não pudesse ser extraditado para os Estados Unidos, como a própria Rússia. O plano foi abandonado por ser “arriscado demais”. Desde então, não há informações sobre o futuro de Assange, que está cada vez mais recluso.