A bordo de um Nissan Leaf: como é dirigir um carro elétrico?
A primeira vez, a gente nunca esquece
Esperei o fim de semana inteiro para encarar o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo mais vazio e assim poder realizar um desejo que se tornou possível na edição deste ano: dirigir pela primeira vez um carro elétrico – e um que chegará ao mercado brasileiro.
Logo cedo, tentei sem sucesso entrar na fila de interessados do Chevrolet Bolt. Já a fila do Nissan Leaf estava mais organizada e tecnológica: bastava mostrar um famigerado QR code numa máquina e sucesso, minha hora estava marcada!
Se você não acompanha tanto as minhas mazelas neste site e nos podcasts, explico que não sou exatamente um entusiasta da indústria automobilística. No entanto, a possibilidade de trocarmos nossa frota de carros, caminhões e ônibus por máquinas elétricas sem emissão de carbono enquanto aguardamos mais metrô e trem soa como uma boa esperança para se manter.
Então minha curiosidade em relação ao carro elétrico era imensa: como funciona tecnologia por trás do veículo? E o carregamento, se eu esquecer o carro na tomada, a bateria vicia? Questões que espero que estejamos respondendo aos poucos nos posts desta cobertura. Mas para hoje, a única pergunta que eu queria realmente responder era: seria ele capaz de entregar tudo aquilo que o apaixonado por carros busca?
E é com muito prazer que digo que sim.
Quer dizer, não me leve a mal. Claro que o carro não terá aquele ronco do motor ou aquele arranque da troca de marchas manual. Mas no que diz ao conforto e à resposta do carro, a indústria chegou lá.
O Nissan Leaf tem autonomia semelhante ou próxima a um carro a álcool, potência bem acima dos 100 cavalos, o que é mais do que o suficiente para dirigir de maneira prudente. Seus concorrentes têm números bem semelhantes. Em resumo: você ganharia no Super Trunfo com eles contra quase qualquer veículo que você vê comumente na rua.
Com um carregador inteligente como o Enel X JuiceBox, que equipa o estande de testes da Nissan, o controle do recarregamento pode ser feito num smartphone: parar de carregar quando a bateria já está carregada ou até mesmo apenas adicionar a carga suficiente para o dia seguinte. É o fim daquela enchida de tanque até a boca, o que significará custos menores no fim do mês.
O modelo ainda conta com a função e-pedal, que converte a frenagem em energia para a bateria. Basta tirar o pé do acelerador que o sistema começa a funcionar.
Enfim, virou realidade. Agora vamos esperá-los nas ruas. Seria utópico pedir que pelo menos os serviços como táxi, motoristas de aplicativo, locação de veículos e car sharing contassem com boa parte da frota composta por estes veículos em pouco tempo?