Nos Estados Unidos, senador busca banir microtransações dos games
Medida submetida pelo senador Josh Hawley visa proteger público infantil dos potenciais jogos de azar inscritos em games do tipo
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Microtransações, caixas com itens (as famosas loot boxes) e pacotes de aprimoramentos são alguns dos pontos mais criticados na indústria dos games na atualidade já há algum tempo, especialmente depois de toda a briga envolvendo o segundo “Star Wars: Battlefront”. A reclamação é até óbvia: a comunidade paga por um jogo com alto preço e, mesmo assim, não o recebe por completo, precisando comprar itens adicionais para poder avançar no jogo ou ser competitivo nas modalidades online. Às vezes a situação chega a ser até pior, como no caso de jogos de celular que costumam oferecer itens caros sem os quais o usuário simplesmente não consegue progredir.
Diante do cenário, o senador norte-americano Josh Hawley anunciou um projeto de lei que baniria todas as caixas de itens e microtransações apelativas em jogos com público alvo abaixo dos dezoito anos. A ideia é pelo menos limitar essas formas de lucro das produtoras para jogos destinados a adultos. É possível, por exemplo, que essa medida impacte em jogos como “Fortnite”, que são um sucesso entre crianças e adolescentes.
O projeto de lei, nomeado “Ato de Proteção de Crianças contra Jogos Abusivos”, será levado ao senado estadunidense em breve. O exemplo utilizado por Hawley em seu projeto foi o “Candy Crush”, da Activision, que utiliza um sistema pay-to-win (“pague para ganhar”) que faz com que crianças comprem itens especiais para avançar nas fases.
“Quando um jogo é projetado para crianças, os desenvolvedores não deveriam ter o direito de monetizar o vício”, disse Hawley em declaração a imprensa; “Quando criançås jogam jogos destinados a adultos, eles deveriam ter suas ‘carteiras’ limitadas para evitar microtransações compulsivas. Desenvolvedores que se aproveitam disso deveriam enfrentar consequências legais”.
Segundo o Kotaku, o The Entertainment Software Association, um grupo lobista pró-indústria dos games, se manifestou oficialmente, afirmando que em países como Alemanha, Irlanda, Suécia, Dinamaca, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido foi estabelecido que caixas de itens não constituem uma prática comparável a de jogos de azar, e ofereceram ajudar o senador a sanar quaisquer dúvidas que ele possa vir a ter com o tema.