Demorou: Grindr remove filtro étnico para apoiar protestos nos EUA
Função que sobreviveu a campanha anti-racismo da plataforma agora foi desabilitado para reforçar comprometimento da companhia com as manifestações sobre a morte de George Floyd
O Grindr anunciou na última segunda-feira (1) a remoção dos filtros de etnicidade de sua plataforma. A decisão foi confirmada em meio a um pronunciamento da rede social de namoro sobre os atuais protestos raciais nos Estados Unidos, com a empresa citando o feedback dos usuários e o seu comprometimento com a causa das manifestações como motivos para o apagamento da ferramenta.
Além da atualização, a companhia também declarou em suas redes sociais que fará doações ao Instituto Marsha P. Johnson e o movimento Black Lives Matter, além de continuar a combater o racismo na plataforma com políticas de zero tolerância a atos preconceituosos e discursos de ódio.
A grande notícia, porém, é mesmo a desabilitação do filtro, que permitia aos usuários afunilar candidaturas para “matches” a partir da cor da pele do perfil. O recurso é alvo de controvérsia há anos dentro da rede social e sobreviveu até a uma campanha anti-racismo empreendida em 2018 pelo aplicativo, que hoje tem como principal público a comunidade LGBT+ – na época, o então gerente de comunicações Landen Zumwalt chegou a dizer ao The Guardian que a função seria mantida porque grupos minoritários ainda a usavam para “encontrar rapidamente outros membros de sua comunidade” no app.
Além de pesquisadores já terem confirmado que os filtros não ajudam minorias a serem menos rejeitados que brancos em apps de namoro, o fim do filtro étnico não significa que o Grindr vai parar de parear usuários com base na cor de pele. Como em todas as outras plataformas, os algoritmos das plataformas de namoro virtual está ligado ao comportamento do público nos matches, o que significa que ainda deve demorar até que a rede social pare de unir usuários de mesma etnicidade – e logo ainda há muito a ser feito.