Tinder vai parar de banir contas que mencionam o Black Lives Matter
Plataforma confundiu esforços para divulgar doações e manifestações como uma violação das suas políticas de uso
O Tinder anunciou nesta quarta (10) que vai parar de banir contas que mencionam o usam hashtags do Black Lives Matter, depois que reportagens de veículos como o Buzzfeed News e o BBC trouxeram a público a prática desde a eclosão dos protestos sobre a morte de George Floyd nos EUA. A situação bizarra surgiu de um conflito para lá de inesperado dos movimentos contra injustiça racial com as políticas de uso da plataforma: o uso da rede social para fins promocionais.
O conflito é fruto de um movimento recente do público com as plataformas para impulsionar doações a organizações e entidades beneficentes que buscam combater o racismo. No Tinder, isso foi traduzido na forma de hashtags do Black Lives Matter e em links para causas, petições e manifestações nos perfis vinculados para os matches, o que a companhia encarou automaticamente como uma violação das políticas de uso e caiu na suspensão e banimento de múltiplos usuários.
A situação explodiu de vez no último dia 31 de maio, quando o Tinder publicou em suas redes uma declaração apoiando os protestos e afirmando que “não ficaria em silêncio perante a injustiça do mundo”, uma afirmação que foi enquadrada como hipocrisia por muitos usuários perante a onda de bloqueamento dentro da própria plataforma.
A companhia agora busca reverter a situação. Além de declarar aos veículos que vai agir sob estes termos “alinhado aos valores” que abraça, um porta-voz confirma ao Buzzfeed que o aplicativo vai “dar voz de apoio ao movimento Black Lives Matter” e quer que a plataforma “seja um lugar onde nossos membros possam fazer o mesmo”. Na prática, isso significa junto com o fim do banimento que o Tinder vai permitir que os usuários prejudicados com a medida entrem em contato com o departamento técnico para terem suas contas restauradas.
O Tinder não é a única rede social de namoro que viu seu funcionamento questionado pelos atuais levantes raciais em todo o globo. No começo de junho, o Grindr anunciou que descontinuaria seu “filtro étnico” para reforçar o comprometimento da plataforma com as causas das manifestações – uma função que já nem fazia sentido dado que ela apenas reforçava a segregação dentro do app.