Jeremy Pelt lança um novo álbum obrigatório para quem é fã de jazz
Veterano trompetista se reinventa e faz disco marcado pela transição e experimentalismo
Há que se admirar os artistas que estão na estrada há décadas e ainda conseguem criar coisas novas e diferentes. Mesmo que as coisas novas e diferentes não tenham o mesmo brilho de seus trabalhos clássicos, a tentativa é digna do todo o louvor.
É muito fácil cair na saída fácil de se repetir e fazer de cada diso novo a repetição da mesma formula. Quem não faz isso merece todo o mérito, e Jeremy Pelt chamou minha atenção mês passado justamente por isso. Seu disco novo é experimental, inspirador e excelente.
Esse macaco-velho, veterano trompetista acaba de lançar seu quarto álbum em quatro anos. O cara é incansável, e mesmo depois de tantos anos de atividade ele esbanja fôlego para se reinventar.
Water and Earth mostra um músico claramente em busca de um novo caminho, misturando em sua banda músicos da velha guarda (como o percussionista Jeffrey Haynes) e um pessoal mais novo (como o pianista David Bryant).
O resultado é interessante e certamente desafiador, e se algumas faixas soam um pouco fora de lugar à primeira impressão, o disco é brilhante quando acerta na experimentação e mostra banda e composições em sintonia fina.
Pieces Of A Dream e Boom Bishop são matadoras. Mystique e Butterfly Dreams são lindas e só mostram que Water and Earth é mais um acerto na trajetória de Pelt.
Quem se arriscar além da superfície vai descobrir um disco viciante.