Biblioteca Pública de Nova York disponibiliza clássicos da literatura nos Stories do Instagram
Com proposta visual simples, InstaNovel vai permitir que você leia livros inteiros enquanto navega pelas redes sociais
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Redes sociais e literatura a primeira vista são tratados como inimigos declarados. Com plataformas e aplicativos como Facebook, Instagram, Twitter e Snapchat tomando quantidades cada vez maiores de tempo da sociedade, muitas pessoas já declaram que estas redes estariam estragando os hábitos de leitura e reduzindo a média de livros lidos ao ano do público. Uma livraria na Romênia, inclusive, chegou a fazer este ano uma campanha à la “desligue a TV e vá ler um livro”, chamando a atenção das pessoas para o vício na internet de forma a melhorar os índices de leitura nacionais.
Mas se existe gente que ponha as redes como inimigas, há quem prefira encará-las como aliadas em propostas extremamente criativas. É o caso da Biblioteca Pública de Nova York, que lançou hoje (22) em conjunto da agência Mother o projeto InstaNovel, uma série de publicações no Stories do Instagram que consiste basicamente do ato de liberar livros inteiros para serem lidos nas redes sociais.
A ideia é simples, mas sua execução é brilhante: aproveitando de títulos famosos que já estão em domínio público, o perfil da biblioteca na plataforma (que você pode acessar aqui) vai lançar em partes livros inteiros cujo manuseio se dará pelas ferramentas dos Stories. O projeto torna os posts da seção em verdadeiras páginas de publicações, com você podendo retroceder ou avançar na leitura com os toques de assistir os stories mais velhos e recentes – e se você quiser parar e ler outra hora, eles vão estar salvos no histórico da página.
Além do texto na íntegra, os InstaNovels contam ainda com atividades interativas espalhadas pela leitura e ilustrações animadas feitas pelo designer Magoz, que servem de capa e apresentação dos capítulos. Os primeiros livros selecionados para o projeto são respectivamente “Alice no País das Maravilhas”, clássico infantil de Lewis Carroll que abre os trabalhos; “O Papel de Parede Amarelo”, conto de Charlotte Perkins Gilman; e “A Metamorfose”, de Franz Kafka.
De acordo com o Wall Street Journal, todo o serviço vai custar apenas dez mil dólares à Biblioteca Pública de Nova York, um valor que cabe bonito no orçamento anual de quase 350 milhões de dólares fornecidos pelo governo.
Em declaração à imprensa, a chefe do departamento de relações públicas da instituição Carrie Welch comenta que o projeto tem como principal qualidade o fato de “transformar completamente a maneira como as pessoas enxergam as populares plataformas sociais, além de reimaginar a forma como as pessoas tem acesso aos clássicos”. Considerando a quantidade de pessoas que desfrutam das redes sociais no trajeto diário ao trabalho, esta afirmação resume parte do grande potencial que o projeto possui.