Aplicativo do Quibi será desligado oficialmente no dia 1° de dezembro
Fundador e CEO também deram o braço a torcer e confirmaram que o serviço de streaming talvez não tenha sido uma ideia tão boa assim
O Quibi comemorou seu aniversário de seis meses de vida esta semana anunciando o fim prematuro de sua plataforma, depois de sofrer por todo tipo de revés no negócio. E depois da notícia bombástica ter sido revelada na quarta-feira (21), já no fim da quinta (22) a companhia confirmou a data final do desligamento dos aparelhos do aplicativo que prometia revolucionar o streaming: “em algum momento” do dia 1° de dezembro.
O planejamento foi demarcado numa atualização da página de suporte do serviço, que também reforça que as séries atualmente presentes no Quibi ainda não tem destino certo após a morte do app – eles recomendam que os usuários “sigam a hashtag #Quibi no Twitter para quaisquer notícias sobre o conteúdo”.
Além da data, outro ponto de atenção em todo o anúncio do fim da plataforma foi a carta escrita pelo fundador Jeffrey Katzenberg e a CEO Meg Whitman, publicada no blog oficial da empresa e que confirmou a informação da morte do serviço. Embora reforce que os dois executivos “consideraram e exauriram todas as opções disponíveis” na busca por tornar o negócio num sucesso de público, o documento marcou a primeira ocasião em que ambos reconheceram como uma má ideia todo o conceito da plataforma e sua estratégia de inserção no mercado.
“O Quibi não está dando certo. E isso acontece por uma de duas razões: porque a ideia em si não era forte o suficiente para justificar um serviço de streaming próprio ou por conta do nosso timing” escrevem Katzenberg e Whitman; “Infelizmente nós nunca saberemos, mas nós suspeitamos que foi uma combinação das duas. As circunstâncias de lançar durante uma pandemia é algo que nós nunca poderíamos ter imaginado, mas outros negócios enfrentaram os mesmos desafios sem precedentes e conseguiram achar seu caminho. Nós não fomos capazes do mesmo”.
A declaração é forte especialmente porque até então o discurso geral da companhia era de que o desempenho fraco do aplicativo se devia exclusivamente ao distanciamento social, que segundo eles impedia as pessoas de consumir a plataforma durante seus deslocamentos. Essa posição já vem desde maio, quando tanto Katzenberg e Whitman diziam publicamente que esperavam o fim da quarentena para reverter a baixa taxa de adesão de assinaturas.
Enquanto isso, mais detalhes da reta final da empresa surgem (e devem continuar a surgir nos próximos dias) no noticiário, incluindo um causo dos mais divertidos: de acordo com a Business Insider, Katzenberg teria recomendado os funcionários a ouvir a música “Get Back Up Again”, do filme “Trolls”, na reunião online onde revelou ao quadro que a empresa estava naufragando – a mesma que confirmou que os trabalhadores envolvidos vão receber as devidas compensações financeiras, pelo menos.