Produções infantis originais são conteúdos mais alardeados do HBO Max no lançamento nos EUA
"Looney Tunes Cartoons" e programa noturno da "Vila Sésamo" foram os lançamentos mais comentados nas redes, mas WarnerMedia ainda acredita no sucesso das séries adultas do serviço
Há exatamente uma semana a WarnerMedia botava na rua o HBO Max, novo serviço de streaming da companhia que busca reunir em uma mesma plataforma todas as propriedades e estúdios do conglomerado hoje possuído pela AT&T. Isso inclui produções do porte de “Game of Thrones”, “Friends” e os filmes da DC Comics, mas pelo visto o que bombou nas redes sociais nestes primeiros dias de vida da plataforma não foi nenhum destes mastodontes, mas sim “Looney Tunes Cartoons”.
É o que diz pelo menos a Parrot Analytics, agência de análise de desempenho midiático que lançou nesta terça (2) e através do Bloomberg um relatório focado na estreia do Max em canais que incluem além das redes as avaliações dos fãs e até mesmo a pirataria em torno do serviço. Renovação dos clássicos desenhos animados de Pernalonga e companhia, a animação da Warner Bros. Animation foi o conteúdo da plataforma mais buscado e comentado pelo público na última semana, seguido pelo talk show infantil “The Not-Too-Late Show With Elmo” – uma produção da Sesame Workshop estrelada pelo Elmo da “Vila Sésamo”.
Seria uma boa notícia se não fosse o investimento da WarnerMedia e da AT&T em produções originais para o catálogo do HBO Max já em seu lançamento, incluindo aí o “Love Life” estrelado por Anna Kendrick que ficou atrás programa de “fim de noite” de Elmo e do remake de “Looney Tunes”.
Junto do reality show “Legendary”, a comédia foi o programa adulto mais comentado do serviço neste início, mas bem menos em relação a por exemplo “The Mandalorian” – que na semana de estreia do Disney+ nos EUA gerou 46 vezes mais comentários e engajamentos nas redes, só para efeitos de comparação.
Ainda de acordo com a Parrot Analytic, a resposta do público a estas duas produções conseguiu ainda ser menor que o lançamento dos primeiros episódios de “For All Mankind” e “Dickinson”, que foram junto de “The Morning Show” os principais destaques do início de vida do Apple TV+. O único ponto positivo é que o HBO Max saiu-se melhor na comparação com os números habituais da televisão estadunidense, com “Love Life” chegando a ser nove vezes mais alardeado à média de engajamento online sobre um episódio exibido na TV – além do Quibi, atualmente o fundo do poço moral quando o assunto é guerras do streaming.
Os números em teoria apontam que a tendência do HBO Max seja mesmo o foco no conteúdo voltado pra família – ainda mais se considerar que há planos de expansão para 2021 – mas a WarnerMedia no momento está dobrando a aposta nesta primeira leva de conteúdos originais. Desde o lançamento da plataforma, a companhia confirmou a “aceleração” da estreia de novos episódios de “Love Life”, com a justificativa de que houve “uma resposta positiva e forte da audiência” ao programa e na esperança de que a produção ganhe fôlego com uma movimentação do tipo.
Isso sem contar as medidas mais midiáticas que o conglomerado vem promovendo para o futuro do serviço, incluindo o corte estendido de “Liga da Justiça” e o foco na curadoria humana da vasta biblioteca em suas mãos.