Paris quer ser a primeira capital pós-carro do mundo
Projeto de mobilidade para as Olimpíadas quer tornar centro de Paris intransitável para carros particulares
A mobilidade é um tópico importante para quem quer realizar as Olimpíadas. Nesse quesito, Paris, cidade sede de 2024, tem uma proposta bastante ambiciosa: quer abolir os carros individuais com motores à combustão de circularem pela capital francesa.
Quem faz essa promessa é Jean-Louis Missika, vice-prefeito de Paris. Em entrevista ao Financial Times, Missika detalha os planos para melhorar a mobilidade da cidade a tempo dos Jogos Olímpicos.
Para cumprir esse objetivo a cidade vai passar por um longo processo de adaptação. A começar pelos estacionamentos. A princípio, estacionar na cidade ficará mais caro, mas a ideia é extinguir 150 mil vagas. Os estacionamentos nas ruas darão lugares a ciclovias.
Os carros a diesel também estão com os dias contados. Até 2020, o veículos com este tipo de motor mais poluente serão proibidos de circular por Paris. Em paralelo, táxis e ônibus autônomos e elétricos estarão disponíveis para a população. Um ônibus deste tipo está em funcionamento pela cidade desde o início de 2017.
Além dos veículos sem motorista, Paris vai investir pesado para ampliar a malha metroviária. O projeto, chamado de Grand Paris Express, vai construir 68 novas estações até as Olimpíadas. Muitas destas estações serão cravadas nos subúrbios distantes do centro nervoso da cidade, lugares onde habita 10 milhões de pessoas e hoje é quase obrigatório ter um carro para se locomover.
O vice-prefeito está tão otimista que ele acredita que a Boulevard Périphérique, anel-viário com 35 km responsável por ligar o subúrbio ao centro, seja extinta . No lugar da rodovia, Missika prevê um área aberta, cheia de árvores e uma área de convivência para turistas e a população, com cafés e lojas.
Foto: Miroslav Petrasco/Flickr