Facebook começa a marcar páginas e banir anúncios de veículos de notícias estatais
Medida visa aumentar segurança do debate público durante processos eleitorais e já foi aplicada a páginas como o Sputnik e o China Daily
O Facebook iniciou nesta quinta (4) os trabalhos de marcação de páginas de veículos de notícias cujo controle editorial passa pela mão de seus respectivos governos – sejam municipais, estaduais ou federais. Parte de um plano anunciado em 2019, a nova política busca identificar e banir anúncios vinculados por estes perfis na rede social, proibindo assim que Estados façam publicidade na plataforma a partir destes meios de comunicação.
Além da meta publicitária, a companhia também declara na medida que está promovendo esta ação porque estas páginas “combinam a influência de uma organização de mídia com o apoio estratégico do estado”, alegando ainda que o Facebook “acredita que o público deva saber se as notícias que estão lendo vem de uma publicação que pode estar sob influência de um governo”. A identificação acontece no feed de notícias e de acordo com uma série de fatores, incluindo quem é dono do empreendimento ou dos fundos que mantém o negócio de pé, o nível de transparência sobre as fontes utilizadas e até a existência de sistemas de responsabilização.
O esforço segue os passos de um experimento similar que o YouTube promoveu em 2018 e busca proteger processos eleitorais de ataques de desinformação e propaganda política descabida, obviamente sendo instituído a tempo da realização das eleições presidenciais dos EUA no próximo mês de novembro. Embora relate que poucos veículos do tipo façam estes casos, o Facebook declara que vai bloquear tais anúncios para “providenciar uma camada extra de proteção contra vários tipos de influência externa no debate público”, classificando o ato como uma “abundância de cuidado”.
De acordo com o The Verge, veículos como o Sputnik, o RT e o China Daily já foram marcados pela plataforma como páginas estatais e não podem mais emitir anúncios no ambiente.