Disney vai utilizar inteligência artificial para mapear diversidade de gênero em suas produções
Empresa fechou acordo para utilizar software do Instituto Geena Davis de Gênero na Mídia
A Disney fechou contrato com o Instituto Geena Davis de Gênero na Mídia para utilizar, de agora em diante, um software que analisa os roteiros das futuras produções do estúdio. O objetivo é mapear como os gêneros são abordados nas obras e buscar uma participação igual para todos os gêneros.
Nomeada GD-IQ: Spellcheck for Bias, a ferramenta foi criada em parceria com a Universidade do Sul da Califórnia e a Escola Viberti de Engenharia. O software analisa a totalidade do roteiro para identificar as participações de personagens homens e mulheres e, então, mapear como eles são utilizados na narrativa e, caso haja problemas na forma como a obra retrata os gêneros, apontá-los para que sejam corrigidos.
O recurso também pode ser utilizado para analisar personagens LGBTQ+, negros e de outros grupos minoritários. A Disney deve utilizar a ferramenta não só para seus principais lançamentos do estúdio, incluindo Pixar e Marvel Studios, mas também para as obras encomendadas diretamente para seu vindouro serviço de streaming, o Disney+.
Pelo fato de se tratar de uma ferramenta que analisa o roteiro, não haverá nenhuma alteração em obras prontas. Todos os textos serão estudados e alterados antes das filmagens, obviamente. A Disney já vinha demonstrando engajamento nos temas sociais há um bom tempo, algo que podemos ver ao notar como os últimos filmes da Pixar e da Marvel trazem mais personagens femininas protagonistas ou, mesmo que coadjuvantes, fugindo da fórmula de personagem feminina de apoio básica.
O uso do software, porém, deve diminuir a chance de as próximas produções da empresa apresentarem problemas no retrato de mulheres, negros, pessoas LGBTQ+ e demais minorias, já que haverá não só uma visão consciente ao escrever o roteiro, mas também a ajuda tecnológica para analisar o resultado do script.