Warner Bros. vai reduzir número de lançamentos e focar em “filmes evento” em 2022
Resolução segue plano do estúdio pré-pandemia e acompanha 2021 decepcionante na distribuição híbrida
Depois de um 2021 marcado pela polêmica decisão de mover todos os lançamentos para uma distribuição híbrida, a Warner Bros. deve reduzir pela metade a quantidade de filmes produzidos para o cinema em 2022. A informação vem do The Hollywood Reporter, que confirmou com os executivos maiores que o plano agora é focar no que é definido como “filmes evento”: projetos de grande orçamento e vistos pelo público como incontornáveis da ida ao circuito.
A determinação no caso é parte de uma remodelação da produção, que agora estreia direto no HBO Max e inclui todo tipo de projeto de médio ou pequeno orçamento. A CEO e presidente da Warner Bros. Entertainment Ann Sarnoff confirma que a diretriz agora é produzir 12 filmes para o streaming e outros 12 para os cinemas, ao invés de focar em 18 a 23 títulos para uma distribuição inicial no circuito. Os projetos mirados para a telinha, claro, estão longe de possuir grandes orçamentos: “Aqueles que colocarmos nos cinemas são aqueles que pensamos que vão funcionar”, diz a executiva; “Eu adoraria colocar dramas e comédias na maior tela possível, mas no momento eles não estão rendendo. Honestamente, eles não estavam indo bem antes do Covid também”.
No momento, a agenda do estúdio para o próximo ano inclui nove títulos, incluindo quatro filmes de super-herói (“O Batman”, “Adão Negro”, “Flash” e “Aquaman 2”), o terceiro “Animais Fantásticos”, a cinebiografia de Elvis Presley por Baz Luhrmann e o remake de “Os Vampiros de Salem”. Segundo o THR, o número pode chegar a onze, mas não irá além disso – o que é chocante, se considerar que a companhia fecha 2021 com 15 lançamentos, um ano mais “contido”. Todos os projetos, claro, chegarão ao Max 45 dias depois da estreia no circuito.
Enquanto ainda há “Matrix Ressurections” e “King Richard” para lançar, vale apontar que 2021 também ficou marcado para o estúdio como um ano de resultados medianos, tanto pela retomada lenta da pandemia quanto pelos efeitos da distribuição híbrida. Por mais que o HBO Max tenha chegado a 69,4 milhões de assinantes ao redor do mundo, só três filmes ultrapassaram a barreira de 200 milhões de dólares arrecadados no ano: “Godzilla vs Kong”, “Invocação do Mal 3” e “Duna”. Outros com boas expectativas, incluindo “Space Jam: Um Novo Legado”, “Mortal Kombat” e “O Esquadrão Suicida”, decepcionaram e despertaram críticas sobre o lançamento simultâneo no streaming e nos cinemas.