“VPN” do iCloud, Private Relay não será lançado pela Apple na China e outros 9 países
Decisão atende a regulação local, contrária a quaisquer medidas que reforcem a privacidade do usuário e o ajudem a escapar da censura e do rastreio de dados
Entre os inúmeros anúncios da WWDC21, a Apple dedicou uma boa porção da apresentação do iOS 15 para tratar de seus novos recursos de privacidade, incluindo um Private Relay que na prática é um VPN mais elaborado para todos os produtos da empresa que contam com o armazenamento na nuvem do iCloud. Nesta terça (8), porém, a companhia já deu um balde de água fria em todo o entusiasmo ao confirmar que 10 países não ganharão a ferramenta – incluindo a China.
A inclusão do país asiático nas exceções quebra um pouco os planos de completa privacidade aos usuários da marca muito por conta da importância dos chineses dentro do mercado da Apple – a Reuters afirma que eles são responsáveis por 15% da receita da empresa. Não é muito difícil imaginar o porquê da decisão, porém, conforme a internet nacional é altamente controlada pelo governo e restringe acesso a tecnologias que ajudem o público a evitar rastreios e censuras impostas pelos reguladores.
Essa também não é a primeira vez que a Apple muda o jogo na área quando se tratando da China. Em 2018, a companhia de Tim Cook foi bastante criticada por passar a armazenar chaves de acesso do iCloud no país, dado que muitos acreditavam que isso ajudaria autoridades locais a acessar dados de seus cidadãos em troco da maior velocidade prometida pela empresa – e isso depois da App Store tirar do ar diversos apps de VPN em 2017 para atender as leis locais.
Além dos chineses, a Apple confirma que Bielorrússia, Colômbia, Egito, Cazaquistão, Arábia Saudita, África do Sul, Turcomenistão, Uganda e Filipinas também estão previstos para não receber o Private Relay.