Startup Air Protein cria “primeira carne à base de ar” do mundo
Alimento é feito a partir de elementos do ar transformados em uma substância que pode ser usada para fazer hambúrgueres e outros produtos à base de carne

A startup Air Protein diz ter criado a “primeira carne à base de ar” do mundo. A empresa apresentou oficialmente os primeiros protótipos do alimento, que é feito a partir de elementos do ar transformados em uma substância que pode ser usada para fazer hambúrgueres e outros produtos à base de carne.
A tecnologia por trás disso deriva da ideia já usada pela NASA desde a década de 1960 para alimentar os astronautas no espaço, e que usa micro-organismos para converter CO² em alimentos.
A empresa chama sua tecnologia de “processo probiótico de produção”, que nada mais é que uma fermentação semelhante a do processo de fazer iogurte. Dentro de um fermentador, os micro-organismos naturais consomem CO² e uma mistura de “nutrientes minerais” para produzir um ingrediente que é 80% de proteína. Todo o processo é executado utilizando energia renovável.
A Air Protein diz ter passado anos desenvolvendo a proteína e receitas para os protótipos de alimentos, que combinam a proteína em pó à base de ar com outros ingredientes. A farinha de proteína em si tem um sabor neutro e pode ser usada em uma variedade de alimentos, não apenas para fazer a carne, mas também como complemento para cereais, barras de proteína e shakes.

Ao contrário da soja ou de outras proteínas vegetais, essa é uma “proteína completa”, com o mesmo perfil de aminoácidos que a proteína da carne bovina ou de frango. Ela também possui vitaminas como a B12, que nem sempre é encontrada em alimentos veganos, por exemplo.
De acordo com Lisa Dyson, CEO da Air Protein, o impacto do produto na produção de carne mundial pode ser imenso, uma vez que não há a necessidade de terras nem para plantação (caso da soja), nem para a manutenção do gado ou de outros animais. Atualmente, 1/4 da terra do mundo é usado para a pastagem de gado. À medida que a demanda por carne cresce, fazendeiros e pecuaristas avançam com o desmatamento em áreas que não deveriam ser tocadas.
A novidade também traz um impacto para a própria indústria de carnes de origem vegetal, como o Impossible Burger ou o Beyond Burger. Até agora, a maioria desses produtos usa proteínas feitas de soja ou ervilha como base.
Apesar do anúncio, a empresa afirma que ainda vai levar um pouco mais de tempo para o produto chegar ao mercado para os consumidores, embora não informe quanto tempo exatamente.