Novo estudo aponta que 1 a cada 5 trabalhadores da saúde tiveram depressão durante pandemia
Estudo de todos os continentes analisou mais de 97 mil profissionais
Um estudo publicado pela PLOS One aponta que, a cada cinco trabalhadores do ramo da saúde, pelo menos um sofreu com depressão ou ansiedade durante o período da pandemia da COVID-19. Estresse pós-traumático também foi registrado na mesma proporção entre os trabalhadores que participaram da pesquisa.
Muitos dos problemas psicossomáticos diagnosticados nos trabalhadores da saúde se dão pelo excesso de jornada. Longas horas trabalhando em condições extremamente desgastantes. Testemunhar as condições dessas pessoas levou Nathaniel Scherer a levantar números e fazer a pesquisa. Mais de 65 estudos foram unidos, com dados de 97 mil pessoas de todo o mundo para finalizar o projeto.
“Evidências anteriores nos mostraram que experiências como as vividas durante a pandemia podem no levar a estresse, fadiga e desgaste, o que pode aumentar consideravelmente o risco de transtornos mentais comuns”, disse Scherer, que é um pesquisador da London School of Hydiene and Tropical Medicine.
O estudo analisou região por região e descobriu que trabalhadores da saúde do Oriente Médio possuem os maiores índices de ansiedade e depressão, com índices de 28,9% e 34,6%., respectivamente. Já a América do Norte teve os números menos preocupantes, com 14,8% dos trabalhadores sofrendo de ansiedade e 18,7% de depressão. Do total dos participantes, 70% se identificam como mulheres. Além disso, 45% são enfermeiros, 27% são médicos, 11% ocupavam outros ofícios do meio médico e 1% eram de setores administrativos e de assistência em hospitais.
Scherer nota, porém, que é importante ter cautela ao analisar os resultados, dado o fato que sete pesquisas foram feitas no Oriente Médio e apenas duas na América do Norte. Já a América do Sul representou apenas um dos 65 estudos realizados.