Com tanta gente em casa, a Terra está literalmente mais quietinha
Redução da atividade humana no planeta causou uma diminuição nas vibrações da crosta terrestre
Com cerca de 1/3 da população mundial praticando o isolamento social, a Terra está “parando”. Na verdade, a redução da atividade humana no planeta causou uma diminuição nas vibrações da crosta terrestre, de acordo com estudos apresentados por alguns cientistas.
Para entender é fácil: diariamente, vários movimentos realizados pela humanidade contribuem para uma vibração persistente da crosta terrestre, também chamado de ruído sísmico, que pode ser medido por instrumentos chamados sismógrafos.
Motores acionados em uma fábrica, caminhões na estrada, trens e metrôs que não param, e tantos outros movimentos são insignificantes quando pensados individualmente, mas, juntos, geram uma manta de sons de alta frequência que tornam mais difícil para os sismólogos detectar sinais que ocorrem na mesma frequência, como tremores secundários de um terremoto, por exemplo.
Mas como muitos desses movimentos estão, agora, pausados durante a pandemia de COVID-19, os pesquisadores têm observando menos desse ruído sísmico. Os sismólogos do Observatório Real da Bélgica, em Bruxelas notaram que as vibrações devido à atividade humana caíram cerca de 1/3 depois que a cidade introduziu medidas de contenção do novo coronavírus, de acordo com dados do sismômetro.
O mesmo tem sido observado em todo o mundo estão. Stephen Hicks, membro do corpo docente do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia do Imperial College de Londres, publicou no Twitter um gráfico mostrando os níveis médios de ruído sísmico mais baixos no Reino Unido, após o início da quarentena por lá:
Essa pausa no ruído sísmico, enquanto durar, pode permitir que os cientistas estudem melhor a atividade natural da crosta terrestre. Com isso, pesquisadores, incluindo aqueles que usam o impacto das ondas do mar para prever o comportamento vulcânico e os responsáveis por triangular a localização do epicentro de um terremoto, podem ser capazes de detectar mudanças mais minuciosas e coletar dados mais precisos, possivelmente levando a um benefício geológico.